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[FP] Dean A. Leavel

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Mensagem por Dean A. Leavel Seg 3 Nov 2014 - 0:24


dean albert leavel



HISTÓRIA
Eu poderia explanar em infindáveis linhas com rebuscadas palavras e adornadas letras o que se passou em minha trivial vida até o dia de hoje, todavia não possuo paciência tampouco vontade fazê-lo. Todavia, a tal da história que a mim foi dedicadamente escrita deve constar nessas próximas linhas para que pelo menos algumas pessoas a conheçam. Infeliz ou felizmente, essas tais pessoas a terão por meio de meu nada abastado ponto de vista. Eis que foi assim que cheguei até a atualidade.

Obviamente, como qualquer outro ser vivente que caminha nessa Terra, não disponho de recursos mentais para lembrar de minha idade como um mero bebê. Também não possuo nenhuma recordação material, pois tudo foi consumido pelo fogo. Contudo, lembro com carinho de muitos de meus momentos como um infante. Nada de anormal ou superincrível comparada a qualquer criança de Shreveport. A vida quase que totalmente interiorana é muita rica em convívio familiar. Minha mãe, Lana, da qual eu lembro com muito amor e pela qual guardo eternos sentimentos de carinho, não era uma típica dona de casa da Louisiana. Na parede da sala de estar o diploma de musicista formada pela College of Arts and Sciences da Case Western Reserve University de Cleveland, Ohio, cidade natal de grande parte da parcela familiar de minha mãe, exceto pelos pais dela. Meu progenitor, Albert, era um dentista de Cincinnati, Ohio formado também pela CWRU, onde ambos encontraram o amor nos braços um do outro.

Meu pai recebeu uma proposta irrecusável – tanto que ele não recusou – em Shreveport. Esse foi o motivo de eu ter nascido lá. Depois de alguns anos, ele abriu sua própria clínica, que em pouco tempo se tornou um sucesso renomado em toda a Louisiana. Daí eu nasci. Como já dito, minha infância, embora não anormal, foi bastante feliz. Recordo de meus pais sempre quererem que eu estivesse por perto, era tudo muito bom. Minha mãe fazia o mais suculento ensopado de frango do mundo. Mas toda essa felicidade se foi. Primeiro ambos os meus genitores perderam seus pais em curtos espaços de tempos. E um dia após meu aniversário de onze anos, nossa casa pegou fogo enquanto eles dormiam. Eu estava pernoitando na casa de um amigo. Tudo pareceu desmoronar ao meu redor e nada pareceu fazer mais nenhum sentido. Eu não tinha mais pais, nem avós. Fui morar com uma tia em Cicinnati, mas dois anos depois me foi concedida minha emancipação, uma vez que eu já tinha idade suficiente, já não tinha pais nem avós e possuía direito sobre setenta e cinco por cento da clínica de meu pai e de suas três filiais, logo eu já possuía condições financeiras para me manter.

Ao receber a notícia de que eu era o herdeiro da casa confortável de meus avós paternos em Lima, Ohio, decidi que talvez aquela cidade pacata fosse onde eu iria querer viver pelo restante de meus comuns dias. E assim o fiz. Quando cheguei em Lima, minhas primeiras preocupações foram encontrar uma escola decente, um habilidoso luthier e um bom fornecedor de maconha. Com o violão, que eu chamo carinhosamente de Joe, comecei aos nove quando minha mãe me presenteou e me ensinou a tocá-lo e a cantar afinado. Com a cannabis comecei aos treze anos. Não me lembro exatamente por que motivo, mas também não vejo motivos para interromper o uso.

Escolhi a McKinley High para estudar. Adentrei como um sophomore ou sei lá como os que se importam costumam nomear. Certamente não sou do tipo de pessoa que costuma interagir desnecessariamente, entretanto um certo clube me chamou a atenção. Desde sempre, me apoiei em um pilar que costuma ser indispensável em vidas sofridas e triviais: a música. Minha mãe, aos nove anos, me ensinou a tocar violão e a arte difícil de cantar no tom. Desde então, sempre me coloquei a cantar ao som das cordas de Joe. Meus headphones sempre estão altos enquanto não preciso ouvir o que outros têm a falar. Fiz algumas apresentações a pequenas plateias em Shreveport e em Cicinnati, mas em Lima parece-me que as pessoas levam a música a um patamar mais sério. Ainda mais na McKinley High. O clube que capturou minha atenção foi o coral, o Glee Club.

DADOS

NOME: Dean Albert Leavel.

DE ONDE É?: Shreveport, Louisiana.

IDADE: 16 anos.

GRUPO?: New Directions, WMHS.

AUDIÇÃO
Não sou um rapaz de interações desnecessárias. Não sou um garoto de clubes escolares. Todavia sou um cara de música. E um Glee Club é um clube musical. E um clube escolar, sendo musical ou não, é repleto de interações desnecessárias. Também não gosto de chamar atenção. Mas o que pode chamar mais atenção do que um cara novo na escola em pleno andamento do ano letivo? Eu não consigo imaginar.

O auditório onde as audições estavam ocorrendo estava não muito cheio. Na verdade, além de mim, mais três apenas para se mostrarem dignos do clube. Assisti à uma garota que cantou Listen. Me lembrou Christina Aguilera, que sempre foi ouvida em minha casa e sempre deixou meus ouvidos zunindo. A garota era baixinha, mas a voz era impressionantemente potente. Me perguntei se eu conseguiria ser aceito com minha voz meio rock meio country. Até aquele momento, eu não sabia que música cantar. Na verdade eu sabia. Tinha uma lista em minha mente e só não conseguia decidir qual delas cantar. Quando a garota foi terminando, meu interior pareceu querer se tornar um artista do Cirque du Soleil. Meu estômago e meu fígado dançavam tango, meus intestinos se remexiam como headbangers e meu pâncreas fazia twerk para todos os lugares. Pelo menos era o que parecia.

Foi apenas quando eu pus meu primeiro pé no palco que a música veio até mim. Meus lábios se esticaram em um traço sorridente. Os carinhas da banda me olharam com uma expressão coletiva de indagação. Por alguns sentidos eu apenas os encarei com um clássico olhar blasé até que entendi que eles queriam saber que música tocar. – Oh, desculpem-me. Não precisarei que vocês toquem, vou fazer minha versão só no violão mesmo. Obrigado. – Eles trocaram murmurinhos e concordaram com a cabeça. Ao microfone, me apresentei.

– Olá. Eu sou Dean Leavel e esse aqui é o Joe. – Apontei para meu violão. – Vou cantar Monster do Imagine Dragons em uma versão no violão apenas. – Ajustei o pedestal. – Espero que vocês curtam.

Comecei a dedilhar as cordas montando os acordes bem devagar. O som de Joe, apesar de ser um violão velho, ainda era esplêndido e conseguia me encantar tremendamente. Cada nota que saia dele tinha um gosto nostálgico e um som amável. Era como se fosse tudo muito hipnotizante.

Ever since I could remember
Everything inside of me

Iniciei a canção cantando bem devagar. De todos os tons que eu consigo atingir, iniciei o mais grave e suave possível. Meus olhos sempre fechados. Eu não precisei fitar o violão, pois além de eu estar tocando uma versão mais acústica, eu já conhecia aquela música há muito.

Just wanted to fit in (oh oh oh oh)
I was never one for pretenders
Everything I tried to be
Just wouldn't settle in (oh oh oh oh)

A cada Oh, oh, oh, oh minha voz se elevava um pouco e tom se fazia menos grave. A cada palavra eu fazia questão de pronunciar e entoar bem. Já me apontaram que minhas apresentações são um tanto engraçadas pelo fato de eu abrir demais a boca ao cantar. Todos os que cantam têm suas técnicas. Eu tenho a minha também. Para atingir as notas mais altas, eu precisava que minha “caixa acústica” fosse mais aberta.

If I told you what I was
Would you turn your back on me?
Even if I seem dangerous
Would you be scared?

Meus olhos agora estavam abertos e eu encarava a pequena audiência. As expressões eram difíceis de decifrar. Mas quem se importa? A minha tentava permanecer límpida, sem mostrar nada.

I get the feeling just because
Everything I touch isn't dark enough
If this problem lies in me

Mudei meu tom de voz para algo mais agudo e um pouco menos suave. Fechei meus olhos mais uma vez. Me deixei ser invadido pela emoção que o refrão da música me trazia todas as vezes que eu a cantava ou ouvia. Era como se ela dissesse a mim tudo que eu estava me tornando.

I'm only a man with a candle to guide me
I'm taking a stand to escape what's inside me
A monster, a monster
I've turned into a monster
A monster, a monster
And it keeps getting stronger

A cada vez que a palavra monster era dita, minha boca se abria de uma forma quase grotesca, porém o tom alto que eu pretendia saiu sem nenhum problema. E com a mesma falta de dificuldade, algumas lágrimas começaram a escapar.

Can I clear my conscience
If I'm different from the rest
Do I have to run and hide? (oh oh oh oh)
I never said that I want this
This burden came to me
And it's made its home inside (oh oh oh oh)

Mais e mais lágrimas. Eu não as estava conseguindo controla-las. Felizmente nem as rebeldes lágrimas nem o que eu estava sentindo conseguiram atrapalhar minha apresentação. Minha voz não embargou nem falhou, embora eu começasse a tremer levemente.

If I told you what I was
Would you turn your back on me?
Even if I seem dangerous
Would you be scared?
I get the feeling just because
Everything I touch isn't dark enough
If this problem lies in me

Por algum motive um dos caras da banda estava tocando seu próprio violão junto comigo e o baterista batia singelamente no mesmo ritmo. Fiquei confuso, afinal eu não pedira acompanhamento. Contudo percebi que eu já não mais consegui tocar, pois minhas mãos tremiam muito. Meus olhos ardiam. Parei de tentar tocar e foquei apenas no canto.

I'm only a man with a candle to guide me
I'm taking a stand to escape what's inside me
A monster, a monster
I've turned into a monster
A monster, a monster
And it keeps getting stronger

É isso que eu realmente sou? Um monstro? Não, acho que não? Não posso viver no luto pro resto de minha vida. Nem devo. Mas eu me sentia exatamente como a música descrevia. Eu até sentia que a música fora feita para mim. Não, eu não posso ser um monstro. Sou apenas e somente um adolescente norte-americano totalmente comum. O último refrão. É a oportunidade de fechar uma apresentação com chave de ouro. Infelizmente eu não me encontrava em condições para tal. Talvez uma de prata. Mas aquilo ainda era uma audição e eu tinha que, pelo menos, transparecer que estava muito bem. Segurei o pedestal com as duas mãos e encarei a audiência com um olhar um pouco mais desafiador.

I'm only a man with a candle to guide me
I'm taking a stand to escape what's inside me
A monster, a monster
I'm turning to a monster
A monster, a monster
And it keeps getting stronger

Finalizei prolongando a última sílaba e fiz um fade-out bastante improvisado, mas que soou bem legal. Agradeci ao público e fui agradecer à banda pela ajuda. Um dos caras me perguntou se eu estava bem. Apenas confirmei com a cabeça. No caminho para os assentos, as pessoas me encaravam preocupados. Droga! Todos pareceram ter percebido meu chororô bobo. Sentei distante de todos para assistir as demais apresentações e aguardar a resposta.





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Mensagem por Timothy D. Keynes Seg 3 Nov 2014 - 0:48





Aceito!

Sua ficha foi aprovada! A partir de agora, você é um membro oficial do RPG. Pronto para postar e conhecer novas pessoas e lugares? Divirta-se ao máximo!

ANÁLISE DA FICHA:
Eu acredito que essa ficha dramática tenha tido originalmente um destino mais sobrenatural, mas ainda assim está muito bem desenvolvida, gosto muito da forma como interage com o leitor, essa quebra no fluxo do texto torna a leitura bem menos cansativa do que poderia vir a ser, não que seu texto seja cansativo, muito pelo contrário, estou morrendo de sono e consegui ler ele com uma facilidade incrível, merece pontos extras por isso.
Quanto a audição, você é perfeito na descrição técnica da performance, o texto tem um equilíbrio entre palavras de fácil compreensão e conteúdo detalhado dos atos. Porém eu senti falta dos seus sentimentos, por mais que você tenha dedicado o belo parágrafo pra isso no fim da música, eu fiquei a performance toda um pouco estático, tente mesclar um pouco das duas vertentes no geral em suas próximas apresentações. Bem vindo ao LUTW <3
Timothy D. Keynes
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