[FP] Pandora Chesterton
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Pandora Chesterton
HISTÓRIA ... No hospital de São Francisco, as máquinas apitavam sem parar, emitindo sons agudos e estridentes como gritos de fadas... Ou pelo menos era essa a única comparação que Pandora Chesterton conseguia fazer. Seus olhos estavam avermelhados e marejados, seu rosto contorcido pela agonia, suas mãos apertando a cama desconfortável e bagunçando o lençol verde leitoso. Seus cabelos não estavam em melhor estado, grudados no rosto pela crise de suor anterior... Mas na realidade era o piscicológico o nível mais abalado. Quando sentiu as contrações fortes naquela manhã, sabia que algo estava errado... Mas achou melhor ser otimista. Marcou um exame de rotina, continuou com os afazeres... E pouco antes do meio dia tudo foi pelo ralo. Estava na cozinha quando sentiu a fisgada na barriga, intensa e repentina como uma mordida de tubarão. Sua vista embaçou e o grito saiu arranhando pela garganta. Ao longe, ouviu a mãe correndo assustada, gritando por explicações, mas nada foi capaz de responder. Era seu rapazinho. Sua mão foi diretamente para a barriga e as lágrimas fluíram com rapidez. Mentalmente tentou contar quantos meses faltavam e pouco antes de perder os sentidos o número quatro invadiu-lhe todos os sentidos. Quando acordou, apenas o pano azul - vagamente parecido com o avental que agora usava - se provou visível, traçando uma linha vertical pouco antes de sua barriga, como se tentassem esconder o que estava acontecendo. Marry, a futura vovó, segurava sua mão com força, apesar do rosto solidário e ao mesmo tempo desapontado. Não pela criança, mas pela mãe. E foi ali, mesmo que não sentindo dor - graças ao torpor dos analgésicos -, que ela soube que o tinha perdido. Naquele instante nada lhe passava pela cabeça... Nada que não fosse a semelhança do escândalo das máquinas com gritos de fadas. "Tem sempre uma próxima vez, querida... Sempre uma próxima vez." ... Quando abriu os olhos, Pandora tinha as orbes grandes e assustadas como as de um roedor em uma gaiola nova. Era provavelmente a centésima vez que a mesma lembrança conturbada (de aproximadamente 1 ano atrás) se tornava pesadelo, parando sempre nas palavras de Marry Rose Chesterton, expondo a frieza e falta de sensibilidade daquela mulher. Ao sair do hospital, a menina não havia voltado para casa como todos esperavam que fizesse, se quer visitou a antiga escola ou a casa das amigas superficiais. Seu destino foi uma praça qualquer, onde em um telefone público ligou para seu pai. "Quero voltar para casa", ela dissera, "Não me importo com os bens que Marry possa me dar". Antes da lua abandonar o horizonte, Pandora estava de volta ao lar, na pequena propriedade em Ohio, de onde nunca deveria ter saído. _Os piores dois anos da minha vida. - Resmungou entre o devaneio, olhando para a escuridão do teto ainda com a sensação grogue que o sono trazia, levando pouco mais de alguns minutos para voltar a adormecer, exausta pela expectativa que o dia seguinte trazia: primeiro dia de aula na escola nova, depois de tantos meses afastada da sociedade. Sua 'reabilitação'. Essa era a única vantagem de ter o mesmo pesadelo repetidas vezes: com o passar do tempo, ele perdia a força de aterrorizar por horas e horas durante a madrugada. | DADOS • NOME: Pandora Chesterton • DE ONDE É?: San Francisco • IDADE: 18 • GRUPO?: Carmel High School e Vocal Adrenaline AUDIÇÃO Pandora Chesterton nunca foi tímida. Irritante, briguenta, cabeça dura, decidida, meiga, apegada... A garota poderia ser definida com quase todos os adjetivos existentes e tímida não era um deles, mas isso não impediu que o nervosismo se mesclasse com a incerteza e tomasse conta de quase todas as células daquele corpo juvenil, contribuindo para para que o 'nó' em sua garganta apertasse um pouco mais forte, fazendo suas mãos tremerem por cima do violão marrom claro, atraindo olhares maldosos dos outros competidores. Estava quase na sua vez. Céus, como era difícil fazer aquilo. Mesmo com tanto treino e prática, com tantas simulações de tudo o que poderia acontecer, Panda não se sentia minimamente pronta, levando em consideração a grandiosidade do significado na música que escolhera. Era expor a própria vida e rezar para que ninguém entendesse as letras miúdas do contrato, que não conseguissem associar. _Pandora Chesterton. - Chamou o homem alto de cabelos cuidadosamente bagunçados. A menina nada respondeu, respirando forte e fechando os olhos em busca de qualquer paz que pudesse encontrar. Nada veio. _Pandora Chesterton..? - Repetiu ele, com um pouco menos de convicção. Ela mordeu o lábio inferior, deixando que a mente viajasse para longe, para casa. Seu sossego estaria ali. Pensou nas diversas vezes que colocara os fones de ouvido e deixara que a canção inundasse sua alma, cantando com a voz vacilante os mesmos versos e palavras no exato segundo em que o Ed Sheeran as deixavam escapar do outro lado. Pensou no trabalho que teve para conseguir cantá-la como uma música qualquer, isolando o significado numa dimensão que só ela podia ver e na paciência que seu pai tivera para ouvi-la em todos os infinitos ensaios improvisados. Pensou nele, no pe... _Ultima chamada, Pandora Chesterton. - Avisou o moço, já virando-se de costas como que não esperando qualquer resposta, pouco antes de Panda abrir os olhos decididos e veementes. _Aqui! - Quase gritou. - Desculpe, estou aqui... - Anunciou um pouco mais "comportada", levantando-se com seu instrumento na mão, carregando-o como se alí guardasse todos os segredos. [...] "You’re just a small bump unborn In four months you’re brought to life You might be left with my hair But you’ll have your mother’s eyes I’ll hold your body in my hands, be as gentle as I can But for now you’re a scan of my unmade plans A small bump in four months you brought to life" A garota sentada no banquinho alto, de olhos fechados enquanto dedilhava calmamente no violão, mal poderia ser comparada com a que tinha sido poucos minutos atrás. Apesar do quase sussurro que era sua voz, havia ali um timbre especial, uma vontade insuperável e uma onda de sentimentos capaz de abalar o mais insensível dos corações. Nada mais importava naquele instante: era a loirinha com um violão e muita coisa pra colocar pra fora. Os jurados e o público eram apenas expectadores de algo que ela faria por si só... Pra si mesma. "And I’ll whisper quietly and give you nothing but truth If you’re not inside me, I’ll put my future in you" O volume aumentava sutilmente, acompanhando a confiança e a torrente de imagens que traziam aquela velha sensação de torpor pelo corpo da moça, que simplesmente deixava que tudo se libertasse em forma de uma melodia que ganhava espaço pelo cenário, desenhando um quadro na cabeça de quem quer que ouvisse. 'Pandora: A que possui todos os dons', lembrou aquela vozinha em sua cabeça, fazendo um meio sorriso sem humor surgir nos lábios que se moviam com suavidade. "You are my one and only And you can wrap your fingers round my thumb And hold me tight You are my one and only You can wrap your fingers round my thumb And hold me tight And you’ll be alright" Os olhos dela se abriram com suavidade, fitando verdadeiramente os jurados pelo que parecia ser a primeira vez, deixando que eles a avaliassem sem qualquer barreira, sustentando os olhares curiosos e críticos de todos que podia suportar de uma única vez. Não havia mais qualquer indício de timidez ou desconforto. A música fluía livremente por entre meio graves e agudos num ritmo mais calmo do que o original, mas que permitia uma melhor acústica e evidenciava mais o som do violão. "You’re just a small bump unknown, you’ll grow into your skin With a smile like hers and a dimple beneath your chin Fingernails the size of a half grain of rice And eyelids closed to be soon open wide A small bump, in four months you’ll open your eyes" 'Em quatro meses você abrirá seus olhos.' A frase parecia ter se agarrado nas memórias de Panda enquanto a imagem do primeiro ultra-som parecia surgir diante de seus olhos. Externamente ela olhava para os jurados, internamente estava longe. "And I’ll hold you tightly and tell you nothing but truth If you’re not inside me, I’ll put my future in you You are my one and only And you can wrap your fingers round my thumb And hold me tight You are my one and only And you can wrap your fingers round my thumb And hold me tight And you’ll be alright" 'Você vai ficar bem'. Parecia quase ironia, considerando o que acontecera... E então a menina não estava mais lá. Lembrava-se de coisas antigas, de sentimentos e passagens... Apenas o pouco de sua consciência que ainda restava a impedia de parar de cantar ou simplesmente desafinar em um choro piedoso. "Then you can lie with me, with your tiny feet When you’re half asleep I’ll leave you be Right in front of me, for a couple weeks So I can keep you safe" 'Pandora Chesterton não precisa de piedade'. - Forçou-se, repetindo uma pequena introdução no violão para se recuperar, esboçando um sorriso tranquilo, mesmo que falso. "‘Cause you are my one and only You can wrap your fingers round my thumb And hold me tight You are my one and only You can wrap your fingers round my thumb And hold me tight And you’ll be alright" Para mostrar que a música se aproximava do fim, sua voz se tornou mais rouca e novamente mais baixa, ainda que seu olhar varresse todas as cadeiras quase que como um convite para interação. " 'Cause you were just a small bump unborn For four months, then torn from life Maybe you were needed up there But we're still unaware as why" Os últimos versos foram quase recitados, sem o acompanhamento do violão ou notas agudas. Era quase como falar ritmadamente os próprios pensamentos, sugerindo uma pergunta para os jurados enquanto a tristeza se apossava dos traços leves da jovem, quem com um sorriso cansado saiu de seu assento, lançando um último olhar em direção aos três 'carrascos' que estavam pouco à frente da plateia. _Pandora Chesterton, Small Bump. - Anunciou com um tom que lembrava despedida, descendo do palco para se sentar com os outros que já haviam feito a própria performance. |
Pandora Chesterton
Aceito!
Sua ficha foi aprovada! A partir de agora, você é um membro oficial do RPG. Pronto para postar e conhecer novas pessoas e lugares? Divirta-se ao máximo!
ANÁLISE DA FICHA: E AI GATA! A titia Isa avaliou sua fichinha e tenho que dizer uma coisa... QUE HISTÓRIA FODA SUA GATA! Claro que é um pouco dramática demais pro meu gosto e no início eu não compreendi direito, mas a medida que eu lia ia entendendo cada vez mais a personalidade de sua personagem, sério me beija.
Sobre a audição vou confessar uma coisa, fiquei com uma puta preguiça de ler porque tava assistindo X Factor, mas passei os olhos nessa porra e parece que ta do caralho. Você cantou Ed Sheeran né? Enfim, você passou emoção com a apresentação e vai se juntar muito bem com minha conta no VA que também se chama Pandora.
Faça muito sexo, se divirta e se quiser pegar alguma garota, se lembre que to aqui gats
Sobre a audição vou confessar uma coisa, fiquei com uma puta preguiça de ler porque tava assistindo X Factor, mas passei os olhos nessa porra e parece que ta do caralho. Você cantou Ed Sheeran né? Enfim, você passou emoção com a apresentação e vai se juntar muito bem com minha conta no VA que também se chama Pandora.
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Isabelle Leotta
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