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[FP] Christine Driestrinsfeuer

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Mensagem por Christine Driestrinsfauer Ter 28 Abr 2015 - 23:13

The Beginning of a new End
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Between Memories and Scars


Nome: Christine Furtwängler Driestrinsfeuer.

Idade: 17 Anos.

Naturalidade: Berlin, Alemanha.

Sexualidade: Bissexual.

História:

Sempre me perguntei se ter uma irmã gêmea era uma benção ou uma maldição a se carregar como um fardo pelo resto de minha humilde existência. Entre dúvidas e certezas, estava claro de que esta era minha realidade, e que eu teria que conviver com isso desde o corte de meu cordão umbilical até o momento em que fosse enterrada em um caixão amadeirado. Nunca fui alguém de fácil adaptação, e por mais que meus pais tentassem ajudar com isso proporcionando a mim e a Charllote a melhor das educações, era difícil visualizar de maneira externa alguém de aspecto tão similar ao meu, por mais que eu tentasse ocultar isto, tal fato se traduzia como um pesadelo diário.

Graças a Khaterinne e Franmir, nossos pais, hoje podemos nos unir em diferentes aspectos artísticos, principalmente a música. O fato de ambos serem musicistas facilitou nossa interação nesse aspecto, e também rendeu longas noites de análise musical, que variavam desde o célebre Mozart até o grandioso Beethoven. Admito que compreender partituras aos 7 anos de idade era como montar um quebra-cabeça, porém, as Oficinas Artísticas do Ensino Particular por nós frequentado resolveu isto em questão de meses. Admito que foi um alívio perceber que meu gosto musical se divergia de Charllote de certa forma, o Clássico nos agradava, porém, desde cedo, sempre caminhei por diferentes vertentes, incluindo desde o Canto Lírico até o Violoncelo, instrumento o qual dediquei-me arduamente quanto a sua aprendizagem.

Confesso que fui inútil em imaginar que estaria por debaixo da saia de minha mãe a vida toda, que, com o auxílio de meu pai, sempre se dedicavam em seu trabalho para proporcionar o melhor conforto a nós. Estava próxima de concluir o Ensino Primário juntamente de Charlotte quando comecei a perceber olhares divergentes entre meus pais, pareciam estar planejando algo por nossas costas, mais um fato que deixou-me desconfortável, porém que coincidentemente me fez aproximar-me mais de Charlotte. Minhas escolhas nunca foram das mais compreensíveis, enquanto minhas opções eram um Tabu familiar, minha atração pelo incomum e pelo "supostamente proibido" não parecia agradável a família então padronizada e respeitada por seus hábitos tradicionalistas.

Um misto de indignação e alívio deu-se logo no último verão. Havia tornado-me vocalista de uma Banda de Metal Sinfônico que demonstrava um início tortuoso pelos becos da Capital Alemã. Minha relação com minha baterista estava próxima demais para ser dilacerada da forma a qual ocorreu. A decisão de meus pais em enviar-me para os Estados Unidos juntamente de Charlotte, a fim de deixar-nos por conta própria foi um golpe doloroso de se absorver. Minhas expectativas para a Escola Secundária foram todas jogadas no lixo, desde a Banda até um suposto ensino Particular de Qualidade. Minha realidade se transfigurou do vinho para a água, agora deveria viver em um novo país com o minimo de suporte e conforto possíveis - o que para mim beirava a condições sub-humanas -, compartilhando uma Residência minúscula num bairro popular convivendo com alguém que não se preocupava ao menos com a fluência no idioma inglês.

Agora eu conseguia compreender o quanto odioso se é ter responsabilidades, ser o exemplo nunca foi a minha função. Administrar uma Casa nunca foi meu Hobby. Agora, o único instrumento musical que eu possuía era uma Flauta Doce comprada em uma loja de conveniência. Era triste admitir, mas eu ainda não havia conseguido deixar para trás a sonhadora menina alemã. Tornar-me mulher em um voo econômico de duração de 6 horas não era algo que pudesse ser aplicado a minha pessoa. Na minha primeira noite em Ohio, assim que coloquei a cabeça no travesseiro, a única lágrima que percorreu meu rosto fez-me abrir os olhos para o fato de deu-se como o meu maior erro, eu não deveria mais fugir, tampouco apenas pensar em mim mesma, meu pesadelo estava na cama ao lado, e eu precisava conviver com isto, dia após dia, pelo menos até o dia da Formatura.

Por mais que Charllote quisesse conduzir o Audi em nossa garagem, era mais plausível que eu executasse tal tarefa. Seus focos pareceram não permiti-la estar devidamente habilitada para tal, melhor dizendo, seu modo de agir e pensar não a habilitava para tal. Era necessário paciência em recomendá-la algumas frases em inglês durante o trajeto para a Escola Secundária William McKinley. Charllote talvez pudesse estar desejando que estivéssemos na mesma turma, para sua melhor adaptação, mas realmente, minha única vontade era que estivéssemos distantes no local, como desconhecidas, assim a mesma poderia sentir na pele uma parcela do que eu sinto. Dei um sorriso de canto assim que recebemos nosso devidos horários de aulas na Secretaria, eram horários opostos, e enquanto Charlotte teria que encarar logo de cara História, eu me contentaria com Biologia.

Por mais que viesse de um país Europeu, me sentia melhor sabendo que o padrão de horas de estudo era similar em ambos os países. O horário do almoço foi o suficiente para que me encontrasse novamente com Charlotte na fila do Bandejão. Enquanto me satisfazia com uma Maçã, olhei incrédula ao ver Charlotte devorar um X-Burguer tipicamente americano. Percebi alguns cutucões desta ao ver-me catatônica com o olhar direcionado ao Mural disposto no refeitório, o qual revelava Audições abertas para o Coral Troubletones. Tentei disfarçar a situação, encarando-a por alguns instantes. O anúncio no Mural havia aberto-me novos horizontes naquela terra americana. Entre memórias e cicatrizes, aquele era o início de um novo fim.

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AUDIÇÃO


Charllote pareceu engolir a desculpa por mim dada de que iria ao banheiro enquanto na realidade apressava o passo em direção ao Auditório, rumando rapidamente para as Audições para o Coral Troubletones. A cada passo dado, mais o volume de uma triste canção se elevava a se fazia audível a meus ouvidos. A leve ansiedade por mim sentida fazia com que minhas mãos transpirassem um pouco mais, demonstrando também parte de meu nervosismo. A experiência de fazer parte de um Coral era nova e simultaneamente excitante.

Assim que permaneci diante das portas do Auditório, visualizei uma jovem que saía do local aos prantos, estava claro de que havia sido reprovada. Observando suas feições, percebia-se um psicológico frágil abalado. Senti o sangue gelar ao imaginar-me nesta situação, com isso, tentei reunir coragem, assim que uma voz melodicamente feminina solicitou para que a próxima Candidata daquelas audições se apresentasse.

Por alguns segundos observei o local e todo o aparato nele disposto, havia uma Banda disposta a auxiliar no que fosse necessário, motivo pelo qual deixava-me mais confortável diante de tal situação. Ao aproximar-me do centro do palco, percebi três jovens avaliarem-me visualmente dos pés a cabeça, a loira que jazia no assento central arqueou as sobrancelhas diante de minha aparência exótica. Tal atitude deixou-me levemente constrangida, algo que transmitiu-se claramente em uma imposição maior de meu sotaque alemão assim que me apresentei - Boa tarde... Sou Christine Driestrinfeuer e irei cantar Zombie, da banda The Cranberries. - Assim que declarei o que estava disposta a realizar, incrédulas, as juradas - por assim dizer -, simplesmente cruzaram os braços a espera de minha performance. Fechei os olhos por alguns instantes, respirando profundamente e mantendo-me atenta a manifestação da Banda atrás de mim. Meu coração estava acelerado. Tomei como referência o tempo dado pelo Baterista com suas baquetas, que após tocarem-se por quatro vezes, davam início a uma melodia alternativa daquela respectiva Canção.

O tempo entre a introdução da Banda e o primeiro verso da Canção não me parecia suficiente para impor toda a técnica vocal por mim conhecida. Ainda estava de olhos fechados sentindo a canção, quando tomei fôlego e tentei manter o controle do diafragma assim que decidi confiar em minha própria voz e encarar novamente aquelas que estavam ali dispostas para me avaliar.

" Another head hangs slowly
Child is slowly taken
And the violence caused such silence
Who are we mistaken "

Tentei expressar uma rigidez em minha face enquanto cantava os primeiros versos da canção impondo um pouco mais do tom de Contralto por mim aprendido. Tentava transmitir certa dor em minha voz, algo que nas reais circunstâncias, não parecia ser grande dificuldade. A transição para os versos seguintes foi menos dificultosa do que imaginei, seguindo meus instintos, comecei a expor certa raiva na canção, literalmente espantando certos males em meu ser.

" But you see it's not me
It's not my family
In your head, in your head
they are fighting "

Enquanto expunha em minha voz certa raiva, de forma involuntária, cerrei os punhos, fechando ambas as mãos. Porém, assim que pronunciava os versos, indicava-me com as mãos. Queria demonstrar que estar ali não era totalmente culpa minha, e que em minha mente havia um conflito interno onde meus pensamentos brigavam entre si. Foi inevitável posicionar em devido instante ambas as mãos em minhas têmporas, expressando dolorosamente meus sentimentos enquanto deixava fluir a canção.

"With their tanks and their bombs
And their bones and their guns
In your head, in your head
they are cryin' "

Tanques, bombas, ossos, armas. Tudo isso era apenas uma ilustração figurativa da guerra que era travada em minha cabeça. Ao pronunciar tais bombas, gesticulei uma explosão com ambas as mãos, arranhando meu pescoço demonstrando dolorosidade assim que citei os ossos que são expostos em grandes conflitos. Fechei os olhos dramaticamente expondo parte de minha própria tristeza, a qual mesclava-se com a revolta e a impotência por mim expressas naqueles últimos momentos. Naquele instante, eu queria me livrar daquela dor, queria ser livre mais uma vez. E em meio a esse turbilhão de sensações, dediquei-me a potencializar minha voz, encarando novamente tais juradas enquanto novamente cerrava os punhos.

" In your head, in your head
Zombie Zombie Zombie
What's in your head, in your head
Zombie Zombie Zombie "

Percebi minha voz ecoar pelo Auditório a cada palavra dita enquanto atingia o clímax da canção. Neste ponto, sentindo por alguns momentos a liberdade, abri minhas mãos, elevando-as na altura de meu queixo, apontando-as em direção a tais Juradas, logo desunindo-as e baixando-as conforme permaneciam no início próximas a minha cintura. Senti meu sangue ferver, algo que me transmitia maior força, tomei certo fôlego para sustentar com força a parte seguinte, mesclando potência e um tom mais grave.

" Ooooooh... In your head... They are fighting... Zombie... "

A força da canção agora transmitia-se em mim na sua forma mais plena, permitindo-me encarar com coragem e confiança aquelas que me avaliariam. Eu sentia tal força enquanto elevava minha destra conforme minha potência vocal prosseguia a volumes mais altos. Dada a última palavra, segui o processo oposto, baixando minha destra antes elevada assim que tomava um tom menos potente até que este se cessasse, concluindo assim minha Audição. Não contive um sorriso sutil de canto enquanto dei uma breve reverência em agradecimento pela oportunidade de sentir-me livre novamente. Poder ingressar no Coral seria de fato a oportunidade de sentir-me livre mais uma vez.

"money, power and glory. sisters breast of madness".
Christine Driestrinsfauer
Christine Driestrinsfauer

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Mensagem por Dianna G. Ohlweiler Qua 29 Abr 2015 - 21:02


ficha aceita!
Então, moça. Só tenho a dizer que você é bem criativa, escreve super bem, e vai ter futuro aqui. Só tente aumentar um pouco as descrições do que acontece com sua personagem, para ficar perfeito! Porém, isso é apenas uma dica. Seja bem vinda oficialmente. Se precisar de algo, só falar.


Dianna G. Ohlweiler
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