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SMIRNOV, Dmitriy

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Mensagem por Dmitriy Smirnov Dom 13 Set 2015 - 17:16


Dmitriy

─ Nome Completo:
Dmitriy Smirnov

─ Idade:
19 invernos.

─ Escola:
Newtt McKinley High School

─ Grupo:
Atores.

Personalidade:

Máscaras! Nada além disso. Não apenas o palco é seu monumento de atuação, mas também a vida. Esconde-se tão bem atrás daquelas cortinas da sua persona, que não se recorda a última vez que realmente foi ele. Porém, alguns traços padrões persistem nas mais diferentes fantasias adotadas: seguro de si, confiante, comunicativo e ativista. O tempo detido em terras russas fez com que a frieza se mesclasse singela à sua sensibilidade; "Sou duro pois sinto demais, não há outros motivos para a solidificação interna se não a autopreservação." Disse certa vez. Seu lado racional algema-se por conta própria ao punho de seu hemisfério emocional. Equilibrado! Esta é a palavra certa para qualquer estado em que se encontra. Aquela dualidade lhe faz perdido em si e vivente de um mundo deslumbrante e caótico.

História:

Na atual Volgogrado foi onde meu choro ecoou naquela manhã de inverno. A nevasca que assolou o lugar talvez fosse um presságio para o ser prematuro que lá se desenvolveria. Filho de militares, perdi um pai biológico para a guerra e uma mãe para o parto. Jogado às mazelas da sociedade russa, fugi do orfanato aos dez anos e me abriguei do frio governamental no sótão de uma biblioteca monástica. Lá permaneci em segredo durante dois anos; aprendi a ler utilizando-me dos desgastados e preciosos livros que se amontoavam junto à poeira. Viagens entre filosofia e economia, parasitando parágrafos marxistas me formei ativista político logo aos treze anos, idade na qual mostrei-me ao mundo que esperava de mim apenas mais um crescente estatística.

Estádio Central, Volgogrado, 23 de abril de 2010.

Algo tem que ser admitido, apesar de ativista político radical sou parcialmente apartidário. Não fiz a mínima questão de me filiar à algum partido; se há algo a ser reestruturado todas as ideologias devem direcionar seus esforços para aquele fim. Devido a isto participo dos movimentos que me convém, e por este motivo fui até o Estádio Central naquela noite -e tive uma reviravolta em minha vida.- Uma instituição privada buscava meios para implantar um sistema que burlasse a legislação de proteção do gás natural no território. Um grupo de esquerda descobriu sobre a silenciosa reunião e mobilizou uma linha ofensiva para afugentar os diretores do programa. Éramos cerca de cento e cinquenta jovens, majoritariamente homens, contra uma guarda particular autorizada a usar munição letal. O confronto se iniciou violento, o sangue embelezando de forma triste o branco que cobria o asfalto. Muitos caíram e necessitaram serem socorridos. Recordo-me perfeitamente, estava escorado atrás de uma barricada improvisada enquanto trocava os arremessos de gás lacrimogênio que recebíamos dos guardas. A fumaça impedia qualquer visão, qualquer rastro. Os gritos aleatórios tornavam incapaz de deduzir a movimentação dos fantoches privatizados. Estávamos cercados e aceitei tranquilamente que o metal frio das grades se fechariam a minha frente em algum centro de reabilitação juvenil ao sul da cidade. Mas então algo aconteceu, algo que hoje escrevendo isso ainda não consigo explicar. Um som alto de buzina passou a ecoar, sugeri que fosse reforços de contenção para o lado oposto, encaminhados para nos levarem presos. Errei. Um caminhão colossal parou alguns metros de nós, militantes sitiados. Um instinto nos tomou na mesma hora, era a única esperança de salvação e adotamos ela sem repensar as inúmeras hipóteses que poderiam surgir.

E depois de adentrar aquele veículo me vi com um novo caminho a ser tomado. Naquela época eu ainda possuía apenas quatorze anos e já registrava esboços e poemas e ocasionalmente participava de uma peça teatral ou outra. Foi então que conheci Yuri Lobochov, o escritor e intelectual russo que nos salvou naquela noite. Um total de vinte jovens entraram naquela carreta, e apenas três aceitaram sua proposta. Um projeto de formação no exterior, ele nos adotaria e investiria em nosso futuro, pagaria universidade e escola na América do Norte para que ampliássemos nossos horizontes, desbravássemos novos territórios e anos além voltássemos para uma nova Rússia, melhor estruturada e capacidade. Não pude recusar. Um sujeito renomado como Yuri buscando em nós a esperança do país, pode soar um tanto quanto fantasioso, mas aquilo me serviu de incentivo para apanhar o voo. Assim foi!

Já em solo americano fui encaminhado para a Newtt McKinley High School, principal centro acadêmico para os que aspiravam um futuro artístico. Miami era o contraste perfeito com minha terra natal, e nunca passei tão mal quanto me encontrei no período de adaptação. Hospitalizado algumas vezes, demorei para pegar o andar da carruagem no novo lar, mas com um certa dose de bem-estar notei os campos que poderia ali explorar. Atuaria, por fim, e me desenvolveria na área, estudaria artes cênicas enquanto manteria o hobbie de escritor e poeta, aproveitando do leite artístico que aquele local dava aos seus alunos como uma mãe alimente um recém-nascido. Muito além de apenas um projeto idealizado por Yuri, um começo para quem sempre viveu no desfiladeiro do fim.  
"The revolution will not be televised".
Dmitriy Smirnov
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