Quarto Principal
É o maior quarto da casa, porém é menor do que a sala, possui uma cama e dois criados mudos, um de cada lado da cama.
Logo após me levantar e realizar a todo o ritual costumeiro da minha higiene pessoal. Caminhei pela casa, não via nenhum movimento que não fosse o meu pelo corredor. Segui para o quarto de Kurt deparando-me com o cômodo vazio. Segui caminhando pelo corredor e parei na entrada do quarto de Quinn, adentrando-o e vislumbrando a costumeira cena das últimas semanas. A loira deitada a cama, o quarto tomado por um tenebroso escuro e exageradamente bagunçado. — Quer saber? CHEGA! — Invadi ao quarto da garota, caminhando diretamente a janela que era escondida por grossas camadas de uma cortina escura impedindo a entrada da luz do sol. Puxei ao tecido até deixar o cômodo exposto a luz solar e iluminado. O choramingo vindo da cama me chamou a atenção, Quinn já estava acordada e resmungava baixo algo que poderia muito bem ser xingamentos ou até mesmo maldições dirigidas a mim por ser tão intrometida aquele ponto. Atravessei o cômodo seguindo desta vez para sua cama e me sentando na beira, afagando de leve a perna dela por cima dos espessos lençóis com alguns tapas fracos. — Lucy Quinn Fabray. — Inicialmente o modo no qual pronunciei o nome dela soou um tanto sério demais, talvez aquilo a assusta-se. Eu não queria brigar, eu só queria ajuda-la, mas meus impulsos eram mais fortes que eu mesma. Eu queria sacudi-la e talvez esbofetear seu rosto para faze-la enxergar que aquela situação era inaceitável. Ela não precisava ficar daquele jeito, ela não podia ficar. Eu não suportaria ver ao meu próprio reflexo na garota. — Quinn. Sem querer ser rude, mas isto esta se tornando algo infantil. Você não pode se isolar do mundo por conta do que houve no cruzeiro. Você esta bem e esta a salvo, esta em casa. Eu não te vejo a semanas e nós duas moramos no mesmo lugar. Isto já esta me incomodando, vê-la neste estado me faz lembrar como eu fiquei. Tem que parar com isto, agora. — Novamente estava eu agindo do modo irritante e histérico que costumava agir. Mesmo que estivesse sendo um tanto egoísta em força-la a melhorar, eu precisava anima-la, eu não suportaria mais um dia aturar aquele drama inexplicável da garota.
NOTES: Rachel Berry is at Bushwick Apartament, she's wearning THIS and she's getting nervous with Quinn Fabray.
[/justify] Foram horas de tormenta, estar em um lugar desconhecido,com pessoas que eu mal confiava era desconfortável. A fome,o frio e o medo são sensações que eu não desejaria para ninguém. A incerteza de saber se iria sobreviver ou não a tudo aquilo era de enlouquecer, eu pensava em mim,no meu filho e principalmente no Puck, meu maior medo era perdê-lo.
Aquele tormento já havia passado,eu estava em New York, no quarto escuro e frio,onde o único sentimento que pairava era a dor e a angústia. Se eu fechar meus olhos, posso sentir a água gélida no meu corpo,o medo e a dor.
O momento em que passei com Puck foi surpreendente, eu me sentia completa e feliz, como nunca antes.
É estranho pensar que tudo oque é bom tem validade, meus momentos com ele sempre tem. Eu sou uma pessoa tão auto-destrutiva que sempre corria para o lado dele só para me ferir mais? Ele sempre vai ser uma ferida aberta.
E lá estava eu, a dias comendo o necessário, tentando desvendar oque o futuro reservava pra mim. Por que tão irônico?
Deitada na cama, encolhida eu acariciava o porta-retrato que tinha a minha foto com o Puck, tirada e revelada um dia antes do nosso fim. Ele me abraçava apoiando as mãos na minha barriga e me dava um beijo na bochecha,enquanto eu ria com a maneira que ele havia parado a senhora para bater a foto.
Era estúpido me magoar daquela maneira, mas me mantive ali,acariciando com uma mão o rosto dele na foto e com a outra minha barriga, meus olhos marejados e a garganta ardendo por não me permitir chorar.
A única pessoa mais próxima de mim era Kurt,que levava comida na minha cama. Eu não iria sair daquele quarto, não iria.
Uma lágrima rolou pelos meu rosto,eu não ia chorar, não mais.
Cobri minha cabeça com o edredom até me assustar com o barulho da porta e a voz de Rachel, descobri meu rosto fitando-a se direcionar até a janela abrindo a cortina, meus olhos arderam então com um gemido baixo logo os fechei me encolhendo mais sussurrando um palavrão que sem dúvidas a faria ficar quieta.
Ela se aproximou se sentado na cama, ao acaricia minha perna logo a encolhi me sentando na cama encostada na cabeceira, o edredom escondia a minha barriga que já tomava forma redonda.
Ela falou meu nome incluindo o "Lucy", meu controle para não chorar agora de tornou uma raiva, ela não tinha o direito de falar meu nome e em seguida me dá um esporro.
Respirei fundo ajeitando meu cabelo, discretamente escondi o porta-retrato em baixo do meu travesseiro a analisando por alguns segundos.
Minha voz se tornou embargada,meus olhos novamente ficaram marejados então os fechei por alguns segundos retomando a fala.
A fitei logo desviando meu olhar, eu poderia passar dias e dias sentindo a vibração dos batimentos do meu filho, sentir o nervoso e o frio na barriga só de poder imaginá-lo comigo e a curiosidade de saber seu sexo. Eu estava bem sozinha, e se eu precisasse de ajudar eu iria saber arrumar tudo e ninguém iria saber. Eu só precisava de..... Tempo.
Ouvi atenta as palavras da garota, sua voz me assustou inicialmente. Eu não sabia se achava aquela súbita depressão de Quinn infantilidade ou algo realmente preocupante. Revirei os olhos e me levantei, começando a caminhar de um lado ao outro no cômodo ainda próxima da cama e a encarando a procura de uma explicação para aquilo. — Eu não sairei deste quarto até que me dê um motivo plausível para esta súbita fase de depressão. — Lancei um olhar sério a garota e parei de caminhar, ficando imóvel no pé da cama e a encarando. — Já chega disto Quinn. Você está em casa. New York, Bushwick. Pode por favor parar com todo este drama? Isto é sem sentido, está tudo bem, todos estão bem, você não tem motivo para estar nesta situação deplorável. Você está lembrando a Quinn sofredora na época do colegial, quando você traiu o Finn com o Puck e engravidou dele.— Desviei o olhar por meio segundo após finalizar minhas palavras. Sabia que estava sendo a Rachel Irritante e persistente que dava nos nervos a Quinn e a qualquer pessoa desde mundo, e sabia que geralmente ao estar neste estado acaba por falar coisas demais e coisas até mesmo não pensadas. — Me... Quinn, me perdoe, eu não queria ter dito isto. — Afastei alguns passos da cama ao encontrar o olhar furioso de Quinn. Aquele olhar me assustava. Sentia como se fosse receber uma raspadinha na face a qualquer instante somente por encarar aquele olhar de fúria da loira. Estava claro que no fundo ela ainda era um fantasma do meu passado no colégio e isto me abalou. Tudo parecia tão mudado entre mim e Quinn, eu não esperava vê-la novamente do mesmo modo que a via no passado.
NOTES: Rachel Berry is at Bushwick Apartament, she's wearning THIS and she's getting nervous with Quinn Fabray.
[/justify] Rachel insistiu em ficar ali, sua presença pela primeira vez depois de anos me irritava.
Meu olhar corria pelo quarto na tentativa de me manter calma. Antes de chegar em New York eu havia feito alguns testes e uma consulta ao médico. Se eu quisesse meu bebê eu deveria me manter calma.
Encolhida na cama,a voz da garota fazia minha cabeça girar, minhas mãos tremiam de nervoso e raiva. Rachel fala sobre Finn e Puck, fechei meu pulso então cruzei minha perna erguendo meu corpo na cama. Meus lábios se contrariam em seguida semi-cerrando os olhos, meus batimentos agora eram mais intensos.
Meu tom era mais alto que o dela, eu gesticulava e falava sem pensar tentando controlar as lágrimas, então cheguei no meu limite. Eu estava finalmente desabando e desabafando, no momento errado.
Enxuguei as lágrimas e percebi que finalmente Rachel Berry estava calada, seu olhar perdido me fez sentar novamente na cama.
Mordisquei meu lábio em seguida prendendo meu cabelo.
Suspirei ao vê-la se sentar na cama, das duas uma. Ou ela iria chorar ou iria começar a dar lição de moral.
Revirei os olhos ainda distante dela.
A analisei então me levantei,me libertando das cobertas a blusa de Puck,que eu havia pego me servia como um vestido.
Ajeitei a blusa em meu corpo me dirigindo para a janela então fechei a cortina me encostando na parede.
Uma leve tontura me fez cambaleia, disfarcei ajeitando meu cabelo.
Meu tom era mais calmo, mais cedo sem ela perceber eu já havia feito minha higiene. Um lado bom nela, quando deita pra dormir o seu sono é realmente pesado.
Somente naquele momento vi o quanto eu estava sendo errada com aquela abordagem a Quinn. Ela estava grávida, passou por uma situação aterrorizante, estava viva mas era claro que as marcas do naufrágio ainda eram vivas na menina. A voz de Quinn gritando todas aquelas revelações para mim ainda soava em minha mente, eu apenas a encarava com os lábios entreabertos a procura do que dizer mas sem a mínima ideia do que falar numa situação daquela.
Com o passar do repentino choque, esgueirei meu corpo até a cama e sentei ao lado dela, erguendo os olhos que encaravam ao nada para o rosto entorpecido de Quinn. Respirei fundo algumas vezes para controlar o choro que sempre teimava em surgir. Segui a garota com o olhar, vendo a mesma se dirigir as janelas e fechar as cortinas mais uma vez, fazendo decair a escuridão no quarto. Por dentro agradeci por aquilo, eu não queria que Quinn me visse chorar por ela, estava certa de que ela surtaria ao ver que sentia pena dela naquele momento.
Ouvi ao pedido da garota para que ficasse sozinha e me levantei num sobressalto. Uma parte me dizia para não sair, continuar ali ao lado dela e mesmo que fosse irritante, não sair de perto da loira até vê-la melhorar. Mas eu sabia que já havia feito demais naqueles poucos minutos que estive no quarto. Eu consegui com que ela revela-se algo que certamente deveria ser segredo para todos, de um modo irritante como de costume, mas consegui. — Quinn... Eu não quis te forçar a isto. Me desculpe. — Recuei alguns passos indo em direção a porta e só parei ao sentir minhas costas encostar sobre a madeira. — Eu prometo que não contarei isto a ninguém, mas você tem que sair desta fossa. Eu vou te ajudar. — Virei a maçaneta com as mãos trêmulas, lancei um último olhar a Quinn que ainda estava de pé encostada a parede. Foi como se duas mãos apertassem seu coração para vê-lo estraçalhado em milhões de fagulhas, como aquilo poderia acontecer novamente com Quinn.
Fechei a porta as minhas costas e segui caminhando meio zonza pelo corredor. A situação de Quinn era pior do que eu imaginava. Grávida, novamente grávida. "Será que Kurt já sabe disto? Será que Puck já sabe disto? Será que alguém alem de mim sabe disto? " Sentia vontade de correr de volta ao quarto e abraça-la, mas não invadiria o espaço da garota mais uma vez, daria tempo a ela. Tempo este o suficiente para eu pensar em algo que a ajudasse, para eu digerir a novidade e poder ser útil a ela. Eu não deixaria ela sozinha, não outra vez.
NOTES: Rachel Berry is at Bushwick Apartament, she's wearning THIS and she's surprise with Quinn Fabray.