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Praia Oeste

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Mensagem por Beat Dom 23 Fev 2014 - 17:41


West Beach
A praia fica no lado oeste da ilha, é uma praia comum porém menos do que a principal, sendo que esta possui mais árvores e mais arbustos ao seu redor, está praia dá acesso ao Lado das Sanguessugas.
Beat
Beat
Narrador

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Mensagem por Brittany S. Pierce Dom 16 Mar 2014 - 20:20

Oh my... We need to survive!




    O que eu estava sentindo no momento? Nada. Mas é mesmo essa a palavra certa? Eu estava em estado de choque, como se a qualquer momento outro desastre fosse acontecer. Meus olhos somente olhavam para um ponto fixo qualquer, sem prestar atenção aos meus arredores, eu mal movia um músculo se quer. Sentia-me paralisada.  

    Eu pensara que tudo iria continuar ocorrendo normalmente, uma bela e sossegada viagem, com todos se divertindo juntos, que voltaríamos a salvo. Enganei-me por completo, nem se quer tivemos muito tempo para diversão e de um segundo para o outro toda a diversão afundou junto com o navio.

    Minha respiração estava rápida e curta, eu sentia meu coração bater tão forte que eu cheguei a pensar como eu não estava tremendo, ou eu estava? De uma coisa eu tinha certeza, eu segurava a beira do bote com tanta força que os nós dos meus dedos ficaram brancos, como se aquilo fosse à única coisa que me segurasse à vida no momento. O que de certa forma literal, era.  

    Fechei os olhos por um minuto, tudo tinha sido tão rápido, mas ao mesmo tempo, extremamente e agonizante de tão lento, parecia um borrão, como se não fosse real, como se eu somente estivesse vendo um filme. Lembro-me de estar dormindo, um sono profundo, aliás, por isso não liguei ou me toquei num primeiro momento de que o navio estava balançando e altos barulhos podiam ser ouvidos, não foi até eu cair ao chão que ganhei quase plena consciência do que estava acontecendo. Saí aos tropeços andando pelo navio, me segurando no que podia para não cair, completamente assustada, não sabia o que acontecia, mas acima de tudo eu queria descobrir.  

    Ao ver o desespero das pessoas ao meu redor foi que a ficha caiu completamente, o navio estava indo abaixo. Claro que eu pensara nessa hipótese antes, mas eu estava me recusando a acreditar que tal coisa aconteceria comigo, com os meus amigos e conhecidos ali presentes. O pânico que se instalou em mim foi enorme.  

    Eu não sabia o que fazer, eu não sabia para onde correr, onde me esconder, minhas pernas estavam bambas, e eu por vários momentos cheguei a pensar que iria morrer, mas não antes sem lutar primeiro.

    Mas mesmo no meio de tanto caos um pensamento me atingiu, Santana.

    E a partir desse momento tudo fica confuso, como se minha memória não funcionasse direito, mas bem que já ouvi falar que algumas memórias traumáticas nunca esquecemos, outras nosso próprio cérebro tenta apagar para nosso próprio beneficio, e o meu creio que é o segundo caso.  

    Gritos, choros, tempestade e um grande navio prestes a afundar. Parecia o apocalipse. Eu nem me lembro se eu chorei, se eu pensei na minha família, em tudo o que eu poderia perder ou se eu fiquei muito desesperada para se quer pensar outra coisa além de “Eu quero sair daqui”, de preferência viva. Lembro-me também de sair pelo navio procurando pela Santana, completamente descuidada, levei alguns tombos e arranhões pelo caminho, mas aí...  

    Abro meus olhos espantando de vez aquelas pensamentos, sentia calafrios só de reviver tudo aquilo na minha cabeça, eu podia sentir as lágrimas se formando e ameaçando caírem, porque me deixei por um segundo pensar que aquilo tudo era um pesadelo e quando eu abrisse os olhos estaria novamente no navio, na cama com tudo na mais perfeita ordem, com a minha noiva ao meu lado me assegurando que tudo estava certo e todos estavam bem. Outra coisa importante que não conseguia me lembrar era como eu cheguei a aquele bote, não me lembro se foi sozinha, se eu tive a ajuda de alguém... O que é mais provável, já que confusa do jeito que sou, deveria ter sido um milagre eu sozinha conseguir me salvar e não ser mais um dos corpos que com certeza estavam no mar no momento. Talvez depois, quando eu me acalmasse minhas lembranças voltem com clareza, mas não é como se eu realmente queira me lembrar do que aconteceu.    

    Na minha cabeça não havia fadas, unicórnios, duendes ou qualquer outra criatura mágica que pudesse me fazer me sentir um pouco melhor ou clarear os meus pensamentos, só havia destruição. A destruição do que tinha acontecido, a destruição das vidas perdidas e o medo do que aconteceria daqui pra frente.
Agora eu sabia que eu não estava sentindo simplesmente nada, eu estava era sentindo muitas coisas ao mesmo tempo para nomear.  

    Eu nem conseguia reconhecer a presença das outras pessoas no mesmo bote que eu. Meu corpo e sentimentos certamente não estavam funcionando bem. Era como se eu estivesse sozinha ali, não olhava para ninguém, nem sabia ao menos se havia algum amigo meu do meu lado.

    Eu queria a Santana, só Deus sabe o quanto. Não me lembro se eu consegui ver ela, se ela se salvou. Rezaria para todo Deus que existisse se isso fosse necessário para ela estar bem, a salvo. Não sei o que eu faria se perdesse ela. Eu iria encontrá-la, a qualquer custo.

    Mesmo diante do que se acontecia eu tinha esperanças, afinal de contas, sou uma pessoa otimista e iria pensar no melhor, mesmo que os fatos estivessem todos contra mim.  

    Coloco uma mão sobre meus olhos segurando um soluço, sem sucesso algum, deixando a minha outra mão apertar ainda mais forte a beira do bote. Mas aquele não era o momento certo para chorar, eu precisava ser forte agora mais do que nunca. Por mais que eu quisesse não iria me deitar numa posição fetal e chorar tudo o que podia, se eu queria sobreviver, se eu queria achar minha noiva e também meus amigos, que espero estarem todos vivos e que com certeza farei de tudo para encontrá-los também, eu preciso erguer a minha cabeça.  

    Mil pensamentos ruins me circulavam, mas no meio deles, uma esperança.

                 
     [...]  

    Eu não sabia há quanto tempo estava ali, creio que algumas horas. Finalmente após toda a adrenalina sair do meu corpo só sobrou à dor dos hematomas e cortes, eu até tive sorte na realidade, poucos cortes, nada muito profundo, mas o sangue era algo que podia ser notado com facilidade em minha roupa, creio que o pior machucado que eu tinha era um corte sobre a sobrancelha, onde o sangue escorreu até meu queixo e às vezes o ainda sentia pingar sobre mim. Os hematomas a maioria se concentrava em minhas pernas, grandes e pequenas marcas roxas ali e aqui.  

    Além de tudo isso também tinha a fome, não muita, mas, ainda sim, quando iríamos comer novamente? Não havia comida no bote, a nossa única esperança era encontrar alguma ilha ou outro navio por perto, mas nenhum estava à vista. Nem mesmo outro bote também. O que deixava mais duvida ainda sobre a localização e sobrevivência dos outros. Meu coração apertava tanto ao pensar nisso que parecia que ia sumir.

    Eu finalmente tinha parado de ignorar quem estava comigo, não foi de propósito, eu estava muito assustada. Nenhum rosto era realmente conhecido pra mim, não sabia os nomes, mas conhecia alguns rostos. Todos pareciam apreensivos e ninguém parecia estar disposto para uma conversa, afinal de contas, ainda estávamos a digerir o que havia acontecido...  

    Todos os meus pensamentos foram quebrados quando avistamos uma ilha, tudo passou tão rápido. A euforia, os tubarões, a onde gigante e por fim, a inconsciência.

                             
         [...]


    Acordei respirando fundo por ar e cuspindo água do mar, meu corpo inteiro completamente molhado e meu cabelo colado a minha face. Sabia que eu estava mais machucada que antes, mas isso não me importava agora. Levantei-me com as forças que aos poucos fui ganhando, a visão um pouco embaçada.  

    Onde eu estava? Onde estava o Lord Tubbington? Onde estava a minha coleção de pelúcias e filmes da Disney? E as fadas que moram embaixo da minha cama? Eu estava dançando ao som de Britney Spears... Calma, onde estava o navio?

    Tudo aos poucos foi voltando como uma enchente na minha mente. Rodei rápido ao meu redor notando onde eu estava e sentindo a areia nas minhas roupas. Eu estava na ilha por algum milagre, mesmo após o bote ter quebrado fui carregada pelo mar a salvo até aqui.  

    Com a respiração pesada olhei mais uma vez ao chão ao redor notando vários corpos inconscientes, e espero nenhum morto, espalhados pela areia da praia. Eu precisava os ajudar logo, alguns já estavam recobrando a consciência e outros pareciam que não iam nem tão cedo.  

    Notei alguém tossindo ao meu lado, levei um susto e vi a Mary. Alguém acordando, ainda bem. A ajudei a se levantar, ela parecia estar melhor do que eu, um pouco confusa também. Minha preocupação com todos ali estava num limite extremo.


-Hey, tudo bem? – Perguntei calma e recebi um aceno de cabeça. Dei um sorriso sincero a ela, e quando percebi que ela poderia ficar em pé sem a minha ajuda, me afastei para lhe dar espaço. Acho que tivemos a mesma idéia, claro, era a mais obvia, e num acordo silencioso partimos para ajudar as outras pessoas inconscientes pela ilha, cada uma para um lado.

Tina. Foi o rosto que prendeu minha atenção no mesmo segundo, ao lado dela outro inconsciente, Noah Puckerman, eram os rostos mais conhecidos, meus amigos há anos e que estavam mais próximos. Fui correndo até eles, uma felicidade imensa por vê-los. Ajoelho-me ao lado dos mesmos e os balanço pelos ombros, cada um com uma mão.


- Acordem! Se levantem, por favor! – Chequei para ver a respiração de ambos, e estava tudo certo com eles, pareciam não ter engolido água diferente de mim, o que era uma sorte enorme. – É sério, se levantem, ou juro que faço o Lord Tubbington vir até aqui com a máfia deles para pegar vocês! - Os balancei mais forte e percebi sinais de que estavam a acordar. Finalmente. Pelo menos algo estava a dar certo. Vou ajudá-los agora, e depois, pensar no próximo passo que iremos dar. Só sabia de uma coisa. Se depender de mim, todos vão sair daqui vivos.
 



Brittany S. Pierce
Brittany S. Pierce

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Mensagem por Arthur B. H. Sonderburg Dom 16 Mar 2014 - 23:02



After the wreck
I'm alive!
 
Finalmente, eu conheci o que vem após a morte. E provavelmente eu fui uma pessoa horrível em vida, já que a vida após a morte era detestável.

Eu não estivera exatamente desmaiado o tempo todo depois do naufrágio, mas a energia de meu corpo parecia ter sido sugada quase que completamente. As poucas vezes que fiquei consciente eu mal conseguia me mexer e logo depois desmaiava de novo. Inútil. Isso que eu era. Não consegui ajudar ninguém durante o naufrágio e ainda passara a maior parte do tempo inconsciente após este. E agora eu estaria morto, desperto mas sem conseguir mover meu corpo. Talvez seja assim o purgatório, sua consciência flutuando pra sempre, sem corpo e sem movimento. Na minha mente corriam borrões do que acontecera, mais uma punição, as lembranças.

Finalmente, depois de longos segundos em um estado intermediário entre a consciência e a inconsciência eu consegui abrir os olhos. Uma luz intensamente forte atingiu minhas pupilas dilatadas e eu me vi imediatamente obrigado a fechar os olhos de novo. Lentamente fui voltando a sentir o corpo e tudo que sentia era uma fadiga horrenda. Com um pouco de esforço consegui retomar as sensações dos meus dedos esquerdos e os fechei junto ao solo. E o solo se desfez sob a pressão dos meus dedos. “Neve?” eu indaguei a mim mesmo mentalmente, um tanto grogue. Mas não estava frio. “Oh... areia.”, eu finalmente fui capaz de deduzir.

Aaron Venturi, você não pode mais ficar apenas deitado. Isto é uma ordem: Erga-se agora!” foi o que disse a mim mesmo. E era verdade, eu tinha que levantar, tentar lembrar o que havia acontecido. Lentamente fui retomando o comando sobre cada parte do meu corpo e, deitado de costas na areia, finalmente consegui me apoiar nos meus antebraços e tentei de novo abrir os olhos. Soltei um som de incômodo e virei o rosto, mas recusei o instinto de abaixar de novo as pálpebras, tinha de me acostumar a luminosidade. Não demorou muito, cinco ou seis segundos e meus olhos foram se adaptando até finalmente conseguir ver meu braço apoiado em uma areia límpida.

Agora que conseguia sentir todo o meu corpo o incômodo se transformava em dor, parecia que eu tinha feito uma aula de Educação Física de quatro horas ininterruptas, ao ponto de ser difícil dizer uma parte do meu corpo que não estivesse com a mínima dor. Respirando fundo forcei os músculos a trabalharem e em um único impulso me pus sentado. De imediato minha cabeça girou descontrolada, perdi o sentido de equilíbrio e meu estômago contraiu e revirou. Contraí os músculos da face tentando resistir ao impulso de vomitar, mas não consegui. Apenas inclinei o corpo para o lado e vomitei na areia. Detestava com todas as minhas energia vomitar, era algo doloroso, deixava minha garganta ardendo, meu estômago doendo e meu hálito nojento. Respirei fundo e fechei os olhos. A tontura não havia passado, agora ainda estava sendo acompanhada de uma dor considerável de cabeça, mas com certeza era efeito do tempo que passei desacordado.

Abri os olhos e olhei ao meu redor. Em seguida observei minha mão esquerda.

- Uuh – eu gemi e ergui minha mão.

As juntas dos dedos estavam grossas e rijas e assim que observei os tendões lembrei-me da pedra de granizo que caíra diretamente sobre eles durante o naufrágio. Tentei fechar os dedos e abri a boca, prendendo um grito de dor com força. Contraí a testa ao observar que os dedos só se fechavam pela metade e ainda assim ao custo de uma dor forte. A aparência deles também me incomodava, mas me aliviou a constatação rápida de que com sorte não estavam quebrados e nem feridos gravemente, talvez um inchaço passageiro. Meus braços tinham hematomas, provavelmente das diversas quedas no convés, o que causavam uma sensação de dor pulsante, mas nada muito desesperador. Bem, fazer um relatório completo de tudo que doía em mim levaria realmente muito tempo e mais linhas que a Bíblia, em resumo eu estava sentindo dor, mas aparentemente não quebrara nada. A pior situação era a dos dedos – logo os da mão direita, torcera uma vez o pulso direito e me vi forçado a fazer diversas coisas com o lado esquerdo, mas minha ambidestria era muito limitada – e minha calça tinha uma mancha vermelha intensa de uns dez centímetros. O machucado na perna eu não tinha certeza de onde tinha surgido. Lembrava-me vagamente de gritos de medo e desespero, algo sobre uma rocha, mas poderia ser só um sonho.

- Bem... – eu comecei a procurar pessoas para me ajudar ao menos a levantar, mas não encontrei ninguém. Ao menos ninguém desperto – Okay, Aaron, acho que é só contigo agora.

Sabia que se tentasse levantar provavelmente as dores aumentariam, mas eu tinha duas únicas opções. Levantar e aceitar a possibilidade de morrer com mais dor. Ou ficar sentado e receber de braços abertos a certeza de uma morte com uma dor um pouco menor. E entre a possibilidade e a certeza... bem, não foi exatamente impossível, mas demorou um pouco e quando finalmente consegui me apoiar em meus membros inferiores a tontura estava bem menor. Observei meu próprio corpo. Molhado, muito sujo de areia, minhas roupas estavam um pouco rasgadas, mas aparentemente eu estava bem. Não consegui resistir ao impulso de sorrir. Agora que estava bem e os perigos mais imediatos haviam passado eu comecei a andar pela praia, a procura de pessoas, principalmente as que estivessem precisando de ajuda.

COM: Muita gente semi-morta ONDE: Na Ilha Dumal VESTINDO: Trapos POST: 001

@Lilah
Arthur B. H. Sonderburg
Arthur B. H. Sonderburg

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Mensagem por Silver W. Blackheart Seg 17 Mar 2014 - 8:38




"The Island"
"It's my life, it's now or never"


Uma espécie de noite parecia invadir o local. Já nada me rodeava. Era um vazio escuro, frio e leve como água. o ar que antes preenchia meus pulmões, já não tinha maneira de entrar para me manter vivo. Os supiros do além pareciam querer me levar á força, mas não ia enquanto o último bater do meu coração não parasse.

Queria deixar a dor e o sofrimento pelo que estava passando naquele momento. O meu corpo já não tinha ação para voltar á tona de água... agora era eu, e a solidão. Juntos, iamos afundando cada vez mais. O último suspiro pela sobrevivência parecia estar perto... então fechei os olhos... minha alma estava livre.


--------

Uma luz invadiu aquela imensidão de memórias curtas que raramente apareciam diante dos meus olhos esverdeados... uma luz calorosa, que fazia me sentir vivo de novo e principalmente quente...

- Estou na lava do inferno? - sussurrei num suspiro de alivio tentando ao máximo abrir os olhos.

O problema era que o Sol me impedia de o fazer. Meus olhos pareciam pulsar dor, e as lágrimas contratacaram, saindo involuntariamente pelos mesmos, tentando diminuir o esforço que fazia.
Não esperei mais em colocar a mão direita na frente, tentando fazer o mínimo de sombra possivel, para poder ver onde estava. Ganhei coragem e os abri. Conseguia sentir as pequenas ondas da beira de uma praia, bater ao de leve contra meus pés, recuando para trás, e voltando a fazer o mesmo movimento repetidas vezes.

Vários tipos de pássaros, assobiavam pelos céus comunicando-se entre os outros, e o que mais me assutou, era o facto de eu conseguir respirar o ar puro misturado com aquele toque de maresia.
Cerrei os lábios e os dentes, e tentei virar meu corpo lentamente, para poder me levantar. A areia colada ás minhas pernas, braços e parte lateral direita do rosto, sairia brevemente com sacudidas, mas enquanto isso, apenas limitava-se a arranhar muito ao de leve o topo da minha pele, me fazendo arrepiar.

Em poucos segundos, consegui ficar de barriga para baixo, e antes de outro qualquer movimento, recuperei o fôlego. Porquê? Meu corpo estava dorido, esfomeado e desidratado. Não tinha muito por onde pegar energias. A partir de agora, sei que qualquer movimento, qualquer passo que desse, me sairia bem caro. Enquanto controlava a respiração lentamente, consegui por fim, olhar em redor, reparando em grandes árvores de estilo tropical a alguns passos á minha frente. Franzi as sobrencelhas, olhando para os lados, e vendo pessoas ao longe.

Tinha de fazer algo. Alguns poderiam precisar de ajuda, e apesar de tudo, não era só eu que precisava de primeiros socorros.
Aprecei-me em embater com as palmas das mãos na areia húmida e grossa, fazendo um esforço para conseguir me apoiar pelos joelhos. Cheguei ao ponto de conseguir, mas algo me impedia de avançar mais no processo... olhei. Era o grande corte que tinha na perna. Parte do sangue que escorria, provavelmente já tinha secado, mas outra parte, ainda escorria. Era minimo o que saia... o pior, era que a infeção se agravava, ao reparar que debaixo do trapo de ganga, um pequeno vulto doloroso se formava no lugar da ferida.
Fechei os olhos, me contendo para não gritar com as dores... não podia ficar ali para sempre, tinha de fazer algo.

Olhei em volta com alguma dificuldade, e a alguns centimetros de mim, estava uma cana grande e aparentermente suficientemente forte para me apoiar. Estiquei o braço, e após algum esforço, cosegui segurar no objeto cravando a ponta desta no chão. Avancei com a "missão" e segurei na cana com as duas mãos, usando o máximo de força que conseguia no momento. Respirei fundo algumas vezes, e fim, cerrei os dentes, me esforçando mais mais, até que consegui finalmente manter a palma do pé, assente na areia. Erguia as costas, mantendo por fim o meu corpo de pé. Respirei fundo sentindo todos os hematomas no meu corpo... parecia que os ossos me iam saltar.

Me segurei forte á cana, mantendo o equilibrio apenas com um pé... o outro, o pé da perna magoada, permanecia imóvel no solo, sem realizar qualquer tipo de força.
Olhei em volta, e virei meu olhar nas pessoas deitadas que permaneciam ao longe. Retirei a cana da areia e suspirei começando a andar lentamente cocheando com o apoio desta, fazendo o minimo de força possivel na perna magoada. Parecia um mendigo, por assim dizer, mas por favor... imagem naquele momento, era a última coisa a manter.

Andei e andei, mas por momentos parei. Consegui ouvir alguma cana atrás de mim a estalar no solo, provavelmente alguém que ao andar, pisou ela. Não perdi tempo, e olhei por cima do ombro. Era um rapaz de cabelo escuro, barba ralinha e de porte nem muito forte nem muito magro. Continha feições marcantes e uma pele um tão suave. Estava num estado pouco conveniente, igual que eu, ou pior.
O andar era direito e correto, mas de vez em quando o garoto dava um pé ao lado provavelmente devido ao imenso calor, e ao incandiamento da luz solar. Tinha uma expressão forte no rosto e parecia algo determinado.

Vasculhava na minha mente vezes e vezes sem conta, mas não achava aquele rosto de lado nenhum. Provavelmente já o teria visto em alguma atuação ou coisa do género, mas ninguém que eu conhecesse diretamente.
Semi-cerrei os olhos, mirando o rapaz, então lentamente andei até ele. Me esforçei ao máximo na cana, e já estava habituando. A proximidade entre eu e ele diminuia, até que permaneci na sua frente:

- Boas jovem? whatever...
- Revirei os olhos demonstrando algum toque de ironismo na minha voz. Isso só significava que não sabia o nome dele, mas que apenas queria saber onde estava - Bem é o seguinte, até agora você foi a única pessoa viva que encontrei nesse sitio... Você ao menos sabe onde agente está? - franzi as sobrancelhas.

– É sério, se levantem, ou juro que faço o Lord Tubbington vir até aqui com a máfia deles para pegar vocês! - Uma possível explicação da parte dele tinha sido interrompida por gritinhos ao longe, um tão histéricos e suaves ao mesmo tempo. Fiquei boquiaberto ao conhecer aquela vozinha de algum lugar, e minhas conclusões haviam sido tiradas, quando olhei por cima do ombro. Era Brittany, a Unicornia Falante, que falava com seus amigos de outro planeta.
Revirei os olhos e suspirei voltando a olhar para o rapaz:

- Parece que afinal, não estão mortos... infelizmente... -
falei a última palavra num tom discreto e bem baixo para que não se percebe-se. Fixei-o no olhar e continuei a conversa, mantendo uma postura quase confortavel, junto com a cana - Bem, você precisa de alguma ajuda? - Inclinei ao de leve a cabeça para o lado, sorrindo forçadamente numa expressão um tão simpática.





"Don't Judge The Nature"

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Silver W. Blackheart
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Mensagem por Convidado Qua 19 Mar 2014 - 17:39


S. S. Melissandre
O tempo foi passando e eu mal conseguia me dá conta. Tudo que estava acontecendo era tão surreal que nem as dores que sentia pelo corpo me faziam acreditar que era realidade, porem no fundo, meu lado racional me falava para crer. Tudo aquilo estava mesmo acontecendo e não importava o quanto eu desejasse que tudo fosse um pesadelo eu não iria acordar de repente na minha cama quentinha, no conforto de minha casa. Com todos os meus primos e irmãos em segurança. Ainda conseguia lembrar-me perfeitamente de Dexter me chamando no convés e eu o gritando de volta até que não foi mais possível ouvi-lo. Pelo menos tinha Milena comigo, o que não me deixava menos preocupada com meu outro irmão.

Deitei a cabeça contra o ombro de Nicholas, era tão quente e confortável que por um momento acreditei que tudo acabaria bem, mas um alarde no bote me fez ver que aquilo era apenas o começo, do que exatamente não sei dizer. Primeiro foi um tubarão que apareceu rapidamente e logo se foi, meu sexto sentido dizia que aquilo era pressagio de algo ruim. E por fim, eu estava certa. Algumas pessoas me indicaram uma ilha, mas antes dela existia um paredão de pedras e atrás de nós uma onda se formava. Não tínhamos nada a fazer. Talvez um ruim de ser tão racional é que quando algo não tem solução agente simplesmente sabe. A onda nos pegou, e foi com desespero que vi muitos caírem do bote como o borrão, incluindo Milena, e meu amado Nicholas, eu estava exausta de mais e não podia fazer nada por eles. Meio segundo os que conseguiram se manter no bote foram lançados contra as rochas, Gerrard que estava por perto me segurou e evitou que eu me machucasse muito, mas o trauma e o choque foi muito grande. Meu corpo e minha mente já não aguentavam mais e eu apenas parei de lutar contra isso e desmaiei.

[...]

O naufrágio, os botes, o tubarão, as pedras, a faixa de areia no horizonte meus irmãos, meus primos e principalmente meu namorado. Tudo começou a rodar em minha cabeça de forma repetitiva, me sentia presa em um ciclo-vicioso. Não importava o que eu tentasse fazer, sempre acabava da mesma forma. Em escuridão. Aos poucos tudo ia sumindo dando lugares a dores físicas, principalmente em meu ombro. Isso me fez lembras que antes de desmaiar ele havia se chocado nas rochas. Ignorando todas as manhas de meu corpo que me dizia para ficar parada e voltar a dormir eu abrir meus olhos e respirei fundo com a boca. A forma seca que o ar chegou aos meus pulmões me fez tossir, e eu tive que sentar para poder recuperar o fôlego e não engasgar. Do meu lado pude visualizar Brittany. Ela estava machucada e cansada, mas estava viva e em melhor estado que os outros. Busquei os “meus” com os olhos, mas nenhum deles estava ali. Com desespero me levante e corri para beira-mar, ignorando completamente meu ombro dolorido e inchado. Não vi nenhum deles por ali e comecei a gritar por Milena, Nicholas e Hanna, mas assim como aconteceu com Dexter no convés, não obtive resposta. Ajoelhei-me no chão e comecei a chorar.

As ondas vinham se chocavam contra o meu joelho e iam embora, apenas para logo voltarem. Isso me fez lembrar das palavras que havia dito para Nicholas enquanto estávamos no bote. Íamos sobreviver, teríamos um final feliz, e eu teria que lutar para isso assim como esperava que ele estivesse vivo e bem, lutando para voltar para mim. Se Deus quisesse meus irmãos e Hanna também estariam com ele e no final eles poderiam até está em condições melhores que a minha, enquanto eu me preocupava desnecessariamente, Nicholas era um guerreiro e não era nenhuma “chuvinha” que tiraria ele de mim. Carregada de determinação me levantei enxugando as lágrimas e fui ajudar quem eu realmente poderia, no momento.

Momento mais tarde todos estavam acordados. Alguns com ferimentos mais graves e outros apenas com escoriações leves e exaustos como eu. Desde aquele momento já sabia que teria que tomar a frente da situação, eu poderia não ser a mais forte fisicamente, mas com certeza era uma das mais inteligentes, e a mais preparada para situações como aquela. Quando voltássemos para casa, como sabia que iria acontecer, contaria a Nicholas sobre como fui corajosa e ele sentiria orgulho de mim – Gente, sei que todo mundo está preocupado com seus amigos, parentes e “amantes”. Acreditem, eu também estou, mas do jeito que estamos não vamos poder fazer nada por eles, então nosso primeiro passo é descansar, recuperar as energias e assim juntos podemos pensar em que atitudes tomar, porque cansado ninguém faz nada direito. – Disse decidida tentando ser o mais coerente possível de acordo com a nossa situação atual. Eu iria voltar para Nicholas aconteça o que acontecer, prometi mentalmente para mim mesma em nome do nosso amor.

thanks rapture
Hanna
Final de Tarde
Cruzeiro
Convidado
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Mensagem por Billy M. Currington Qua 19 Mar 2014 - 20:05

Agora eu sei que o fim chega, você sabia desde o começo, mas não queria acreditar que era verdade. Por que o relógio ainda está correndo se meu mundo não está mais girando? Estou pronto para me render e tudo que eu peço é compreensão

No Longer Waiting



Dormiu por algum tempo, uns bons minutos em que pode fechar os olhos e deixar toda a preocupação se esvair, talvez até uma hora, o medo de acabar morrendo enquanto dormia se dissipou quando o corpo pareceu atingir uma temperatura humana, tudo é claro com a ajuda de Kaira. No entanto acordou quando ouviu gritos sobre "terra à vista", ergueu a cabeça rapidamente e apesar da esperança, teve de engolir a agonia, a cabeça latejava um pouco, mas nada tão preocupante quanto o que seus olhos vislumbravam. - Jesus Cristo... - deixou sair o típico nome que falava em forma de expressão de surpresa. O cinturão de pedras era como o veredicto de um destino nada agradável, se passassem devagar teriam sucesso, mas o mar indomável e imprevisível como a natureza ao mesmo tempo que pode ajudar também condena.

Tentou se levantar, mas a maré bambeou o bote o que lhe fazia sempre perder o equilíbrio, temia o pior e tudo se concretizou quando ele enxergou a notável onda que iria abalar com tudo. Ela puxou, suspendeu o bote e por fim quebrou, como se fossem tomados por um furacão, puxados e arrastados. Caiu na água ainda com pouca noção do que estava acontecendo, a velocidade alta, borrões e a água invadindo seus pulmões. Lutou para respirar, ainda sendo arrastadol, teve tempo de resistir, com a cabeça para fora do lençol de água tudo se baseava em caos, o choque com as pedras seria em questão de segundos, mas com tudo isso teve tempo de puxar Mary pelo braço visto que ela estava se afogando. Tentou dizer algo, mas em meio ao desespero qualquer som foi reduzido gráças a água e sua força e inabalável. A segurou até onde pode, mas assim que a água o encobriu novamente e sentiu o choque frontal contra uma pedra tudo se resumiu na escuridão sufocante. Morte?

Não pensou em nada, não sentiu nada, se a morte fosse assim era incrivelmente sem graça. A perda total da consciência era como se naquele momento ele simplesmente não existisse, nunca tivesse existido. Steven Gerrard não era mais que um nome aleatório feito da junção de dois substantivos, mas sem qualquer relação com a pessoa. Acordou depois, o gosto de terra em sua boca tornou o despertar ainda mais duvidoso. "Estou vivo"; pensou e abriu os olhos. A adrenalina ainda estava forte na corrente sanguínea tanto que sequer sentiu dor ou qualquer outra coisa. Forçou os braços para sustentar o corpo e pelo menos erguer o tronco, cuspiu um misto de saliva e areia da praia. Parecia um bife empanado, meio carne/pele, e outra camada de areia. Virou-se ficando com as costas no chão e só então notou que, em baixo dos trapos que um dia chamou de camisa, sangue marcava sua barriga. O corte era do tamanho de uma mão, mas não tão profundo, o hematoma em volta era até mais preocupante, provavelmente adquirido pela pancada com a pedra.

A adrenalina baixou e voltou a sentir a dor, digna de uma careta seguida pelo trincar dos dentes para engoli-la. Só pensou em rasgar um pedaço da camisa, sem areia, e cobrir o ferimento fazendo pressão no local, com sorte não era nada sério, mas por via das dúvidas é uma sábia escolha fazer de tudo para não infeccionar. Só então notou Mary e as outras pessoas na praia, conhecia muito mal alguns rostos, outros nada. Ouvia umas palavras aqui e pegava outras ali, mas sinceramente, naquele momento ele não pensava em fazer nada se não encostar a cabeça na areia fofa, colocar os pensamentos em ordem e recuperar o fôlego. Já tinha uma história para contar caso sobrevivesse, não era tão boa quanto a de seu avô e as desventuras do velho-oeste, mas ainda assim, era digna do título: "Sobrevivi".


Billy M. Currington
Billy M. Currington

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Mensagem por Jhonah Winchester Sáb 22 Mar 2014 - 17:16

S.S Melissandre
Exercer tamanha força em um abraço naquele momento parecia pouco comparado ao medo e o desespero. Luna estava em meus braços e se dependesse de mim, ela não sairia até que tudo isso acabasse ou eu acordasse de um grande pesadelo. O bote por menor que fosse conseguiu suportar o peso das pessoas que havia nele, passando por cima de seu limite. Sorte? Sim, tivemos sorte com a visita inesperada do tubarão que por ventura - ou fome - resolveu abalar mais ainda o bote com uma pancada, causando a queda de uma das pessoas que estavam no bote, que logo foi salvo por um dos rapazes. Meu braço ainda latejava de dor e eu tinha que suportar isso, mas sempre que forçava um pouco aquela dor incomoda insistia em me perturbar. – Não vai acontecer nada com a gente, amor! – Disse confiantes as palavras para Luna. – Eu te amo, e vamos sair dessa de alguma maneira, juntos! – Acrescentei a fim de acalmar os nervos e a própria garota. Quando pensamos que não poderia piorar – o que era impossível quando se estiver em mar aberto em um pequeno bote com ondas abaladas – uma forte tempestade começa a agredir o céu nublado e em instantes uma onda seguia em direção ao bote, onda grande e voraz. Após a onda preencher todo o bote, eu não pude ver mais nada, tudo aconteceu muito rápido. Senti meus braços afrouxarem o abraço me desprendendo de Luna e então ser jogado ao mar.


[...]

Tudo havia acontecido em um simples flash, imagens das pessoas sendo jogas ao mar vinha em minha mente, o bote virando e... Luna. – Princess! – Disse um tanto alto em vão. Me via jogado em uma praia, onde pequenas ondas que quebravam na margem batiam em meus pés. Em um movimento brusco, tentei me proteger do sol o qual meus olhos ainda não estavam acostumados com a claridade. Minhas roupas estavam completamente rasgadas, mas felizmente meu short ainda cobria boa parte do meu corpo, ao contrário da camisa que tinha um enorme corte sobre o peito/abdômen. Aquela dor que antes havia se ocultado a me ver adormecido, logo surgia em torno do ombro machucado. Olhei aos redores e só pude ver uma grande e vaga praia, ou melhor, ilha. As lágrimas insistiam e correr pelo meu rosto, por mais seco que estivessem ao lembrar-se das palavras da minha namorada. “Não me deixe sozinha ou posso surtar e me arremessar ao mar.” Pronto, meu rosto já estava coberto de choro e culpa. Eu não podia perder Luna por nada, e essa fase por mais infeliz que estiver sendo, com certeza irá passar e eu finalmente a encontrarei. Bati com força na areia com a mão não machucada jogando uma pequena quantidade da mesma longe. Retirei a camisa e então a fiz de apoio ao meu braço, terminando de rasgá-la e envolvendo parte do braço/ombro em torno do pano. Eram um tanto difíceis os movimentos exercidos com apenas um braço, mas ainda sim eu teimava em movimentar o outro, eu tinha que encontrar princess. Finalmente me mantive de pé, caminhei até a beira da ilha molhando o rosto e então comecei a procurar. Era deserto, não se notava qualquer tipo de corpo ou vestígio de alguém em nenhum lugar.

Já havia caminhado em uma boa parte da ilha e nenhum sinal de ninguém. Rezava por todos os presentes no bote, e mais ainda para Luna. Dianna talvez pudesse estar com ela, e assim espero ajudando-a a manter a calma. Estava cansando de tanto procurar, mas ainda sim não desistia, após encostar-me em uma das arvores com uma enorme sombra avistei ao longe – não muito nada verdade - um corpo deitado na areia. Será? – Pensei na esperança de que aquele corpo fosse de Luna, mas ao me aproximar não era exatamente dela. Era branco, tinha uma baixa estatura e sem contar os traços em seu rosto o qual eu ainda não conseguia identificá-lo. Já tinha encontrado esse garoto em algum lugar, só não me lembrava aonde. Não era uma boa hora para tentar descobrir. Tentei acordá-lo, balancei levemente seu braço e nada o fazia acordar. Segurei seu pulso e sim, sua respiração estava normal o que escapava a possibilidade dele estar morto. Puxei-o para a sombra mais perto, obtendo sucesso sem nenhum esforço exagerado. Estava preocupado com Luna e como ela poderia estar, mas nada me impedia de ajudar quem fosse preciso antes. – Hei, acorde! – Disse no intuito de fazê-lo acordar, sem sucesso. Por ser uma boa pessoa, eu não o deixaria assim. Sentei para desancar um pouco, bem próximo a ele. Eu não queria que isso fosse verdade, tão pouco um pesadelo, mas sei que cruzeiros estava completamente riscado da minha lista de férias.
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Mensagem por Arthur B. H. Sonderburg Dom 23 Mar 2014 - 21:02



After the wreck
I'm alive!
 
Uma coisa eu tinha de admitir: o lugar era lindo. Como, ao menos eu imaginava, o choque do bote contra as rochas não havia sido há muito tempo provavelmente muita gente ainda estaria pela área próxima à praia, então fiquei andando perto do mar, sentindo as ondas lavarem meus pés da areia e esta última sujá-los novamente.

A perna direita estava dolorida, o que me fazia mancar levemente. Depois de algum tempo eu parei e usei a água do mar para lavar a ferida da coxa. Era um corte médio, talvez pouco mais de dez centímetros. A bermuda o protegera, mas agora via que era um tanto profundo. Encontrei uma camisa branca rasgada perto do mar e usei-a para amarrar e proteger o machucado. Dei de ombros ao me levantar, era o máximo que poderia fazer naquela ilha.

Após mais alguns minutos de caminhada que pareceram uma sequência de eternidades eu avistei um garoto alto, magro e um tanto atlético ao longe. Ele se apoiava em um pedaço de madeira, provavelmente com uma das pernas machucadas igual eu e fui em sua direção, sem dissimular meu alívio em ver uma alma viva. Conforme me aproximava mais pude reconhecer as feições e a pose um tanto arrogantes. Sebastian, um Warbler veterano, famoso por seu jeito um tanto irônico e prepotente. Mas bem, naquele momento eu não tinha muita opção, ele era uma das poucas pessoas a quem poderia recorrer e fiz esforço para chegar mais perto. Cumprimentei-o com um olá rouco.

- Bem, não faço a mínima ideia, mas espero que saiamos logo - digo, referente à sua pergunta sobre nossa localização.

Uma voz feminina fez-se ouvir e mesmo que não a reconhecesse me senti imediatamente mais aliviado. Era ótimo saber que não éramos apenas eu e Sebastian acordados naquela ilha. Comecei a andar e esperei que ele estivesse vindo comigo, desejava encontrar outras pessoas. Observei sua expressão ao me oferecer ajuda e me lembrei imediatamente dos comentários sobre seus defeitos. Não confiei muito em sua simpatia, mas ainda assim o ofereci uma resposta educada.

- Oh não, não precisa, estou bem. Ao menos estou melhor que você. Machucou a perna também, não é? - indaguei, a pergunta um tanto retórica.

Segui então andando e me vi feliz ao encontrar mais pessoas bem, uma delas sendo Mary. Mesmo com a dor apressei o passo e me aproximei da morena, dando-lhe um sorriso largo. Depois que ela e Nicho começaram a namorar ficamos mais próximos, creio que devido a ele e a ver me deixou aliviado em parte por conta de Nicholas, sabia que ele gostaria de saber que ela não havia se ferido ou não tinha acontecido nada pior à ela.

- Mary! - eu bradei, já próximo e a abracei brevemente - Que bom que está bem!

Olhei ao redor buscando ver Nicholas, mas não o avistei. Imediatamente franzi as sobrancelhas e olhei de relance para Mary, pensando em perguntar à ela o paradeiro do seu namorado, mas percebi uma certa instabilidade em seu olhar e compreendi. Ela não sabia. Não tinha noção de onde estava Nicholas. Respirei fundo e me esforcei em sorri para ela. Vi que Sebastian estava ao longe, andando com o pedaço de madeira e uma sensação estranha me invadiu. Sorri de leve e me aproximei do Warbler.

- Acho melhor que sente-se um pouco para ver se está melhora, okay? Vem, te ajudo. - cuidadosamente retirei a madeira de suas mãos e joguei-a para o lado e então passei o braço do rapaz por meus ombros, ajudando-a a andar.

Não era exatamente difícil. Sebastian parecia esforçar-se em andar sozinho, talvez arrogante demais para aceitar ajuda e minha perna já melhorava, ainda que o corte parecesse emanar dor a pulsadas rítmicas. Levei o rapaz até algumas pessoas e o ajudei a se sentar, em seguida andei até alguns metros mais distante e me sentei também, finalmente relaxando os músculos.

Observando as pessoas vi um rosto familiar. Minha mente ainda estava confusa e eu não entendia exatamente porque. Talvez fosse apenas o choque da situação, mas demorei alguns segundos para reconhecer os traços faciais como os de Steven Gerrard. Conhecera-o rapidamente em Ohio e o fato dele estar ferido me deixou um pouco preocupado. Mas foi então que me veio uma lembrança que eu ainda não havia tido acesso, o modo como sobrevivi após cair de cima do guarda-corpo direto no mar. Naquele momento eu já estava bastante exausto, mas algumas palavras inteligíveis ficaram guardadas em minha memória e agora elas se organizavam em frases de apoio. E a voz nessas frases de um leve sotaque do interior. Dei um meio sorriso. Estavam todos muito cansados, inclusive eu e sentia que haveria momento mais adequado para agradecer, mas ainda assim sussurrei: "Obrigado, caipira.".

COM: Muita gente semi-morta ONDE: Na Ilha Dumal VESTINDO: Trapos POST: 001

@Lilah
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