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The SS Melissandre

OMG

Finalmente o grande dia. Recentemente meus pais me deram uma viagem marítima, um cruzeiro, de presente por estar para me formar. Aparentemente eles imaginavam que o jovem Aaron Venturi não era bom o suficiente para sobreviver um ano na Carmel High School depois dos desastres com os últimos colégios. Mas bem, eu sobrevivi! E, deuses, um cruzeiro! Minha alegria quando eles deram a notícia foi tanta que meu surto de felicidade é vergonhosamente indescritível.

Agora eu terminava de arrumar minhas roupas em uma mala de viagem, que segundo minha mãe, era “desnecessariamente” grande. Não podia ir para um cruzeiro com o mínimo possível de roupas, precisava ter opções de peças, um Venturi nunca sai para lugar nenhum mal vestido, mesmo que não precise exatamente ostentar um traje perfeito sempre. Depois de terminar de organizar todas as minhas coisas tomei um banho velocíssimo, visto que estava atrasado. Definitivamente tinha que largar essa minha mania de nunca consegui fazer as coisas em tempo hábil, sendo assim, caso não me apressasse terminaria por perder o momento da partida do SS Melissandre.

O banho realmente demorou muito menos tempo do que eu gostaria, mas foi o suficiente para me dar uma nova carga de energia. Troquei-me velozmente, colocando uma camiseta de tecido simples, branca e com uma estampa desbotada, bermuda cargo azul e tênis cinzas. Peguei meu melhor óculos escuro debaixo da escrivaninha do quarto – não me pergunte como ele foi parar lá, eu não saberia a resposta – e desci a escada a passos rápidos enquanto olhava nervoso o relógio.

- Pai, pai! – eu gritei, já no final dos degraus, até que meu pai apareceu na porta da cozinha – Vamos, me leva até o cais que eu já tô atrasado – falei, sem olhar pra ele, enquanto tentava sem sucesso arrumar meu cabelo úmido em frente ao espelho.

Meu pai olhou pra mim, depois olhou para o lado do meu corpo (?), olhou pra mim de novo, deu um sorriso pequeno e arqueou a sobrancelha esquerda.

- Não vai levar nenhuma bagagem?

Olhei pra ele com uma expressão confusa e depois olhei a meu redor, girando em meu próprio eixo três vezes até ter um estalo. “Ah, fuck!”. Subi a escada às pressas, entrei no meu quarto feito um furacão, peguei minhas malas e desci de novo, quase tropeçando e caindo, o que fez minha mãe rir incontrolavelmente, enquanto meu pai me ajudava a pôr as bagagens no porta-malas do automóvel. Depois de tudo pronto deu um beijo rápido na testa da minha mãe e entrei no lado do passageiro, sorrindo animadamente. Entretanto, parte de mim tinha um pressentimento negativo. Bobagem, com certeza. O carro deu partida e nós saímos.


- Deus! É gigantesco! – eu disse, depois de ter saído do carro e me despedido do meu pai.

Com gigantesco eu quero dizer muito maior do que qualquer coisa que já tenha passado pela minha mente quando se fala em navios enormes. Respirei fundo, fitando a rampa de embarque e olhei para trás, por cima do ombro. Apenas mais alguns passos e eu estaria dentro daquele titã em forma de embarcação. Está tão perto do SS Melissandre me deixava mais eufórico, mas por outro lado também me trazia de volta o pressentimento ruim de mais cedo. Sorri, fechei os olhos durante alguns segundos, e depois caminhei para dentro, quase que de modo mecânico. Agora não tinha mais volta.

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FÉRIAS! Finalmente. Depois de tanto tempo querendo um momento para relaxar, suspirei aliviada. O grande dia havia chegado. Embarcaria junto com os amigos para um cruzeiro. Tinha compromissos em Los Angeles, com a agência. Mas, havia desmarcado tudo. Não queria perder um segundo se quer dessa viagem. Estava afoita, no quarto. Vestia apenas uma toalha, os cabelos molhados grudando na nuca, enquanto eu andava de um lado para o outro. Estava dando instruções a uma das empregadas da mansão, enquanto lhe dizia tudo o que botar na minha mala. Meu quarto estava literalmente uma bagunça, o closet estava praticamente todo em cima da minha cama, e se ela não fosse King Size, muita coisa estaria jogada pelo chão. Viagens eram perfeitas, mais essa era a parte chata. Arrumar as malas. Coisa que de fato, eu não sabia fazer.

No chão. Era onde eu estava agora. Por que? Vejamos. Eu tinha ligado o som, e estava bastante alto. O que impossibilitou de me ouvir o celular tocando. Era Sam. Eu estava procurando algo o que vestir, enquanto cantava e até fazia alguns passinhos de Baby one more time. Não mexia mais do que o quadril e os ombros, enquanto tirava uma lingerie do closet. Vesti o sutiã, e depois coloquei a calcinha por baixo da toalha. Toalha. Pra que ainda usá-la? Retirei-a do corpo, e joguei em cima de uma poltrona ali, sem lhe dar muita importância. Continuei dançando, e fisguei um vestido, e cheguei a passá-lo pelas pernas, quando a porta do meu quarto se abre, revelando uma figura loira.

— Dih, porque você não... OH MY GOD! — Arregalei os olhos, subindo o vestido as pressas. Não era como se eu tivesse vergonha do meu corpo, mais era estranho estar assim com Sam. Ele era um garoto, afinal.

— Sam, meu Deus! Da próxima vez, bata na porta! — Dei um sorriso nervoso, colocando as mãos na cintura.

— Eu te liguei mais de vinte vezes, e deixei umas 100 mensagens avisando que estava te esperando lá em baixo. Encontrei com a Paz e ela disse que eu podia subir. — Ele estava corado.

Arrumei o cabelo, jogando-o para um dos lados do ombro, enquanto fechava o vestido, na lateral. Peguei o salto, tomando cuidado ao me abaixar, para não mostrar nada demais, já que o vestido era curto. A música mudou para Slave for you, e eu tive vontade de dançar automaticamente. Sam parecia se remexer do seu jeito desleixado, apenas para não ficar parado. Calcei, e fui para frente do espelho. No meu pescoço, jazia uma correntinha, com um pequeno pingente de um torvo. Era importante para mim, tinha um misto de significados, mas, o que prevalecia, era o da coragem.

Sam pegou minhas malas, e desceu as escadas com dificuldade, enquanto eu mexia no meu cabelo a cada cinco segundos. Ele estava no lugar perfeito, mais hoje eu parecia estar tomando isso como um gesto ansioso, enquanto tomava cuidado para não cair da escada. Era engraçado, porque Sam levava quatro malas enormes com muita dificuldade, enquanto eu levava apenas uma necessaire, achando-a um pouco pesada. Resmunguei alguma coisa sobre estar me esquecendo de algo, mas por fim, sabia que não tinha deixado nada de fora. Estava até levando em uma quantidade exagerada. "O que estava acontecendo comigo?" Me perguntei mentalmente, tentando entender o surto repentino. "Ah, quer saber? Vou é relaxar e aproveitar essa viagem ao máximo." Coloquei os óculos de sol, mais uma vez, remexendo no cabelo.


Algumas horas depois, já estávamos no navio. A separação de quartos, tinha sido a seguinte: Membros de cada escola, compartilhariam uma cabine enorme, a qual suportava muitos banheiros, e parecia mais um hotel com subdivisões. Tudo estava maravilhoso, o sol, o calor, a maresia, tudo. Encontrei com Quinn Fabray no meio do caminho. Não éramos exatamente amigas, mais tínhamos algumas conversas animadoras. Uma delas, tinha sido algo sobre moda, a qual estava se desenvolvendo agora. Ao que parece, ela, Rachel, Kurt e Noah Puckerman estavam no cruzeiro, também. A loira elogiou o look, e Dianna pensou por alguns minutos, no quanto a via de vestidos florais, enquanto não usava o uniforme de cheerio. Sorriu internamente, a conversa havia sido interrompida por Sam, que tinha chegado perto.

Ele e Puck pareciam estar um pouco tensos, então o tirei dali, acenando para Quinn. Ela não tinha que se esforçar para ficar bonita, o que esse dádiva, não se dava à qualquer uma garota. Agora, meus pensamentos estavam voltados em SanClair e Hanna. Ainda não as tinha visto, o que me incomodava um pouco. Certo, as coisas com Hanna pareciam ir de mal a pior, e eu, era quem estava provocando isso. Era sempre tenso encontrar com ela em um treino ou em qualquer outro local da escola. Eu não sabia explicar algum porquê, e nem tiraria conclusões de nada. Já SanClair, era sempre um misto de alegria e conforto. Ela parecia estar tendo momentos tempestuosos com Sam, o que a meus olhos, estava se transformando aos poucos em outra coisa.

Fomos para o convés. Muitas pessoas já encontravam-se por ali, nenhuma vestida adequadamente para estar em uma das piscinas ou banheiras. Tiravam fotos, conversavam com outras pessoas, bebiam, tudo estava calmo. O vento era muito agradável, o que estava me deixando ainda mais animada. Era sinal de que o mar não estava agitado, nem nada de ruim poderia acontecer repentinamente. Olhei para Sam.

— E então, pensando em algo para dizer a San? — Abri um sorriso divertido. Era bom provocar ele.

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Encontrar alguém conhecido naquele navio, seria a coisa mais difícil do mundo. Principalmente SanClair. Ela teria que estar próxima de Hanna, ou provavelmente, eu não a acharia tão rápido. Além da grande quantidade de pessoas, a maioria eram altas e alguns, fortes. Pessoas com a estatura de SanClair, eram um problema nesse caso. O mesmo se deixava para as gêmeas McCain. E falando nelas, enquanto Sam me arrastava para o meio da multidão, eu me lembrei de Milena, e da saudade que estava dela.

Milena tinha viajado por uns meses, e tornou-se completamente ausente por esse tempo. As vezes, eu me contentava em ver Mary, e me lembrar dela. Mary era mais reservada, mais tímida. Milena não. Era o tipo de menina, que todo mundo queria por perto. Bonita, extrovertida e completamente anormal. E lembrar de Milena, fazia minha mente recapitular a figura de um homem loiro, com o cabelo cortado para cima, com um topete. O sorriso estranho e o jeito desengonçado, mais alegre. Liam. Era outro dos garotos com os quais eu mais me importava.

Suspirei. Para encontrar Milena, teria que procurar por Liam, ou certamente também não veria nenhum deles dois. As pessoas pareciam agitadas a cada intervalo de segundos, talvez porque a minoria ali, já pudesse ter participado de um cruzeiro antes. Muita gente falava, e um burburinho havia se instalado, fazendo com que eu tivesse que me esforçar para ouvir o que Sam estava dizendo. A sorte, é que eu estava com os saltos e estava praticamente do tamanho dele, que era apenas alguns centímetros mais alto.

— Aaaaah, não tente me enganar, Evans. Sei bem o que vai acontecer com vocês. — Passei um dos braços pelo dele. Não queria me perder e ficar sozinha ali.

Sam parecia confuso, e era engraçado vê-lo daquele jeito. O engraçado da situação, era a forma com que os dois agiam. E o melhor de tudo, é que eu conhecia ambos. Sabia que SanClair estava querendo dar uma de difícil, mais por dentro, deveria estar se corroendo para ficar com o loiro. Já Sam, tentava negar para ele mesmo em alguns momentos, e em outros, se mostrava confuso e dava a entender outras coisas, e não as que achava que deveria fazer entender.

— Ela tá tão na sua, quanto você na dela. — O cutuquei.

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Ter entrado de férias já era algo muito bom, já embarcar num cruzeiro para o caribe era surreal. Não conseguia conter a animação, meu estado de excitação era semelhante ao que me encontrava ao ingerir uma quantidade demasiada de cafeína ou açúcar, eu ficava elétrica, hiperativa e sabia que só poderia descansar quando estivesse embarcando no cruzeiro para o Caribe. Dianna, SanClair, Milena, Mary. Todas elas iriam para a viagem e isto tornava aquilo mais perfeito, se é que fosse possível. Decidi me instalar na residência da minha família McCain desde o anuncio da viagem, para que pudesse ir junto a minhas primas, seria bem melhor. Ao decorrer da semana tudo se resumiu a compras. Eu era cheia de roupas, mas aquilo não me privou de comprar mais centena delas o que custou uma enorme mala lotada de roupas suficiente para passar meses fora, o que era exagero já que a viagem não levaria tanto tempo assim, pelo menos eu esperava que não.

A movimentação na casa das minhas primas se tornou tensa na manhã do embarque. Três garotas com os nervos a flor da pele e atrasadas. - Mary, nós não podemos demorar nem mais um segundo ou perdemos a embarcação então enfia tudo na mala e ajeita no carro. DROGA, corre Milena, deixa para tomar café no caminho. - Os gritos estéricos meus e de minhas primas era o ruído que excedia na residência, além das batidas das portas, o som irritante da mala sendo arrastada pelas rodinhas no piso e o som dos saltos estalando a cada passada que uma de nós dava em algum canto da residência. Após parar a discussão, nossa movimentação foi mais rápida e acabamos por sair de casa rápido, com as malas em mãos. Eu não carregava só a minha bagagem, mas também uma rosquinha de chocolate e um copo de chocolate quente - Que por sinal estava gelado. -, que eu havia guardado, por sorte minha.


O trajeto para o píer foi até mais rápido do que o esperado. No caminho aproveitei para me ajeitar, fazendo uma rápida trança nas madeixas douradas que caiam a um palmo abaixo dos meus ombros, retoquei a maquiagem e pus aos óculos escondendo as esferas azuladas que tanto me proporcionavam elogios por onde passava. Ao chegar no navio, houve a divisão dos quartos. Acabei por ficar no mesmo cômodo que Mary, porém nosso terceiro companheiro de quarto ainda não havia se anunciado. Os cômodos eram exageradamente grande, o suficiente para várias pessoas se acomodarem. Deixei minhas malas no quarto, avisei a Mary que estaria no convés e me dirigi para o mesmo.

Em meio a tantas pessoas que estavam ali no enorme convés, seria difícil encontrar algum amigo. Dianna e SanClair já havia sumido antes mesmo de meu embarque, não havia falado com elas naquele dia ainda. Caminhei para uma cadeira que dava uma boa visão do local, me sentei e retirei ao óculos, observando ao fluxo de pessoas ali no local e esperando achar algum conhecido por ali.    

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S.S. Melissandre

x x x

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The SS Melissandre

I find a gnome

Assim que entrei no navio um homem trajando um uniforme com o nome do cruzeiro me abordou e perguntou meu nome. Respondi-o rapidamente e ele se ofereceu para levar minhas malas até meu quarto, me informando o número deste e me entregando a chave. Sorri e murmurei um “Obrigado”, dando-lhe minhas bagagens.

Ainda não queria ir para o quarto. Não estava cansado e teria muito tempo para aproveitar meu local de descanso. Agora queria ver as pessoas que iriam ao cruzeiro. Tinha uma noção de alguns nomes, alguns formandos do McKinley e outros da Carmel, o que me animava. Entretanto, não encontrava ninguém conhecido até aquele momento, até porque o convés era gigantesco e começava a se encher de gente com a chegada dos passageiros o que dificultava um pouco para mim discernir algum rosto.

Após um curto tempo meu celular vibrou no bolso de trás da bermuda e eu parei de andar para poder olhar o que era. Uma mensagem, mas o conteúdo que era mostrado acima da tela de bloqueio quando lhe era enviada uma já estava em seu final, então não consegui ver do que se tratava. Ergui o olhar da tela e olhei para os lados, para ver se não encontrava ninguém conhecido e quando finalmente voltei a olhar o aparelho alguém trombou em mim e fez o celular cair de meus dedos. De um modo bastante atrapalhado e assustado consegui impedir que meu telefone caísse no chão. Fechei os olhos e suspirei aliviado, mas dilatei minhas narinas e umedeci os lábios, pronto para discutir com a pessoa distraída.

- Não olha por on... – eu comecei, mas parei ao fitar o rosto abaixo de mim.

Dei um sorriso largo e sincero ao ver quem era. O garoto à minha frente tinha a mesma idade que eu, só que era consideravelmente mais baixo.

- Nyr! – eu bradei animado e o abracei.

Eu o conhecera no Vocal Adrenaline. Ou em uma festa na casa dos Overwhelming. Ou em ambos. De toda forma, ele estudava comigo na Carmel e fazia parte do Clube Glee de lá, mas só fomos conversar realmente durante uma festa que teve na casa de Dianna onde ele estava levemente alterado. As lembranças daquele dia me fizeram dá um pequeno sorriso.

Afastei-me do garoto mais baixo e meu sorriso mudou de emoção para algo mais descontraído, quase cômico.

- Que distraído você, hein? – eu falei, em tom de piada – Não sabia que viria! Quer dizer, eu imaginei, mas não tinha certeza, pensei em te ligar ontem pra perguntar, mas tinha tanta coisa pra resolver. Acabei ficando atribulado. E nem resolvi tudo ontem. Acordei hoje muito cedo pra terminar de arrumar tudo – eu estava completamente eufórico e quando ficava assim era comum que falasse demais. Dando-me conta da minha pressa eu fechei os olhos e respirei fundo – Que bom que está aqui, Gnomo, assim não fico sozinho.

Expressei um sorriso amigável, esperando que isso o fizesse ignorar a parte do apelido relacionado a sua estatura. Mas realmente era bom tê-lo ali. Guardei o celular no bolso, deixando para ver a mensagem depois e olhei ao redor, procurando mais pessoas conhecidas e em seguida voltei a fitar o pequeno Redwyne a minha frente.

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S. S. Melissandre

Com: Desconhecidos e Amigos ainda não achados ๑ Lugar: S.S. Melissandre ๑ Humor: Animada ๑ Vestindo? Clothes.

F érias!! Finalmente, estava aliviada de me desprender de WMHS um pouco, precisava de ar para respirar e sinceramente, de alguns meses para cá eu sentia que minha cabeça fosse explodir a qualquer momento, ele não me deixava em paz, sempre me dando problemas, a formatura chegando e ainda não havia tido atitude de mandar minha inscrição para minha desejada faculdade, Julliard, tinha os ensaios das Troubletones, Luna Irritante Bittencourt, Angel e Samuel Evans, é precisava mesmo me distrair e nada melhor do que embarcar num cruzeiro para o caribe, iria encontrar Dianna e Hanna, o que não me deixava mais feliz, não passávamos um bom tempo juntas, claro que eu também veria alguns rostos não tão agradáveis, nem tudo é um mar de rosas, enfim, eu tentaria ofuscar tal rostos, não estava nem um pouco afim de perder meu tempo no cruzeiro maravilhoso com perdedores cabeças de ventos, garotas com olhos enormes e etc.

Pulei da cama, muito cedo, o que era surpreendente, na verdade, não havia dormido direito, passei horas escolhendo as roupas certas, mas mesmo assim, ainda estava terminando de arrumar uma das minhas malas, na verdade 3 malas, pessadissamas, como levaria aquilo? Não fazia ideia, mas teria que leva-las comigo, ele não estava em casa, ótimo, chamo um táxi e o táxista me ajuda a levar as malas, na verdade ele as levou, eu sentei no banco ao lado do volante e fiquei lixando minhas unhas e fomos em direção ao meu destino.

Havia chegado a tempo, graças a deus, não sei o que teria feito se tivessem partido sem mim, talvez colocaria fogo na escola ou algo do gênero, mas felizmente o cruzeiro estava ali, agora só teria que achar o tais rostos desejáveis, caminhei em meio a multidão de desconhecidos, parecia que havia me colocado em um circo de horrores, haviam criaturas que realmente me deixavam assustada. Não achava Hanna e muito menos Dianna em lugar algum, estava a procura de ambas ou de uma delas quando de repente sinto um leve peso bater contra meu corpo, fazendo eu dar dois passos para trás. - Ai Idiota, não enxerga não. - Disse num tom agressivo, quando meus olhos bateram com a pessoa que havia esbarrado em mim, minha expressão muda, de agressiva para surpresa, "Sério mesmo? Logo ele?" pensei.

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O sol estava começando a fazer sua mágica esganiçante. Suspirei, exaltada. A maresia parecia encobrir o calor, com um vento forte. Pessoas com chapéis nesse momento, sofreriam um pouco. Ou muito. Olhei ao redor, e tive um vislumbre de ter visto Hanna, sentada em uma espreguiçadeira. Mais deve ter sido impressão, já que uma garota chegou de costas, e começou a conversar com ela, tampando minha visão.

Revirei os olhos. As pessoas pareciam estar ainda mais agitadas, o que estava me dando nos nervos. Eu estava em uma altura muito maior do que a maioria, e estava começando a querer tirar os saltos. E era o que ia fazer. Informei a Sam que já estava de volta, ia no quarto calçar sandálias confortáveis. Ele assentiu, e tive dificuldade em chegar até onde queria. Tirei os saltos, e coloquei uma sandália comum, porém, tinha alguns enfeites em pedrinhas nas correias. Nada chamativo de mais. Também era vermelha.

Assim que voltei, vi Sam de costas, falando com alguém. Sua postura gritava inquietação, ou nervosismo. Algo parecido a isso. Ele estava tampando uma outra figura, já que olhava para baixo. Me aproximei em silêncio.

— Sam, com quem você... EU NÃO ACREDITO!  — Tive vontade de dar uma gargalhada enorme.

Abri espaço entre eles, e me curvei um pouco, para dar um abraço em SanClair. Eu estava morrendo de saudades dela. Já faziam o que? Três semanas que não nos víamos? Estava preocupada com ela, se algo pudesse ter acontecido. Mas, ela havia me tranquilizado com algumas mensagens.

— Você está bem? — Tentei quebrar a tenção entre os dois, olhando de um para o outro.

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Nicholas

S. S. Melissandre

 Por mais que eu não tivesse ficado muito animado com a ideia do cruzeiro logo de início, aqui estava eu, meus pais ficaram tão animados fazendo aquela 'maravilhosa surpresa' pra mim, que não teve como eu dizer não agora era impossível desistir, espero que tenha internet em alto mar. Meu pai acabara de estacionar o carro e olhando pelo vidro entreaberto eu via o grande S. S. Melissandre II ancorado no porto, o que teria acontecido com o primeiro S. S. Melissandre?

Meu pai olhou pra mim e perguntou se estava tudo bem, talvez estivesse notável de mais que eu não me dava exatamente muito bem com os outros adolescentes que estariam naquele lugar - Só um pouco nervoso pela coisa toda - disse indicando o barco gigantesco com um movimento de cabeça, meu pai sorriu e desceu do carro eu respirei fundo e fiz o mesmo, ele fechava o porta malas já me entregando a enorme bolsa lateral, como aquelas que os professores de educação física usam pra carregar suas coisas, ao seu lado uma mala de rodinhas. Dei um abraço em meu pai e sem prolongar muito aquilo tudo caminhei até o colossal Adamastor que nos levaria.

A cabine era bem grande e tinha algumas camas, logo me apossei de uma delas atirando minhas malas. Eu tinha que trocar de roupa, aquilo era um cruzeiro não dava pra usar calça cáqui e blazer, a cabine estava vazia no momento, então arranquei toda a roupa deixando jogada no chão e comecei a revirar minhas malas, talvez eu devesse ter prestado mais atenção na forma como aquilo foi organizado, não sabia onde estava nada. Mas após muito procurar, consegui encontrar uma sunga azul marinho, que cobri com uma bermuda branca de flores vermelhas e uma camisa branca com as mangas dobradas. Dei uma olhada no celular só pra ver como o sinal já ficava fraco aqui e o joguei sobre a cama, recolhi as roupas no chão e coloquei mais ou menos dobradas na mala, vesti meus óculos escuros e voltei pro convés, indo até uma das espreguiçadeiras a beira de uma das piscinas e me deitando, de forma a fitar as pessoas que passavam.

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Após uma tentativa fracassada de encontrar um amigo em meio a tantas pessoas aglomeradas no convés, tornei a usar ao óculos, assim poderia evitar o incômodo dos raios solares que subitamente tornou-se presente, iluminando graciosamente a todo o recinto. O cheiro da maresia poderia ser considerado prazeroso aquela altura, mesmo eu não apreciando tanto ao mar eu não podia negar que aquela brisa marítima era até revigorante.

Sente ao meu corpo sem banhado pelos raios solares e não pude evitar de que a minha mente voasse para acontecimentos passados, em um cenário não tão semelhante aquele mas que de certo ponto de vista tinha sua ligação. Fitei a movimentação a minha frente e para minha surpresa a pessoa que rondava meus pensamentos estava a a metros de mim, desfrutando da companhia de Sam e SanClair, Dianna. Abaixei um pouco ao óculos, o suficiente para exibir aos meus olhos e tentar ver com mais clareza. Realmente era ela. Sorri de canto, animada por ver que as minhas duas melhores amigas estavam ali no cruzeiro.

Minha atenção logo se voltou a morena que subitamente chegou ao meu lado, sentando-se na cadeira ao meu lado. - Sim, é perfeito. Viajar para o caribe nesse cruzeiro luxuoso ao lado das melhores pessoas que tive o prazer de ter na vida. Com certeza é um sonho, e eu vou acordar gritando quando o cruzeiro bater em alguma pedra e nós afundarmos. - Não pude conter o riso ao repassar minhas próprias palavras em mente. Péssima mania a minha de falar as coisa sem pensar. 

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It's time to begin, isn't it?

Depois de abraçar SanClair, tentei ficar um pouco mais afastada, não queria atrapalhar os dois. Eu sabia bem a intenção por trás de tantas agressões entre os dois. Acabaria de outra forma, era sempre assim. Uma música começou a tocar. Apenas pela introdução, era possível saber que se tratava de It's time, do Imagine Dragons. Era uma das bandas que eu mais gostava, e poucas pessoas sabiam disso. Me recostei no corre mão do navio, fitando o mar. Por alguns segundos, tive a sensação de estar sendo observada por alguém. Olhei por cima do ombro, encontrando o olhar magnético de Hanna, quase do outro lado. A encarei, até que a menina morena se virou um pouco, voltando a ter a atenção dela. Era Mary? Ela parecia ainda menor, de longe.

Em poucos segundos, ela havia se retirado, e Hanna estava sozinha. Minha mente começou a trabalhar de uma forma contraditória. Eu queria evitá-la, mais parecia ser algo impossível. Mesmo passando quase um mês sem querer olhá-la, desviando o caminho pelos corredores, e até mesmo puxando conversa com outras pessoas na hora do treino, no pensamento, não poderia fugir.

Balançou a cabeça. "This road never looked so lonely. This house doesn't burn down slowly, to ashes, to ashes. It's time to begin, isn't it?" A parte da música fazia completo sentido em minha mente. Era a hora de ir até ela, e deixar tudo para trás? Me virei, em um surto de coragem repentino.

Estava prestes a chegar até ela, quando um corpo masculino para em minha frente. Ele tinha um sorriso gentil e quieto. Era sempre assim? Pensei se Timothy era um sinal de que eu não deveria ir até ela. A olhava de onde estava, tinha dado alguns passos e não estava mais tão longe. Podia ouvir a voz agitada, apesar de doce, ao cumprimentar algumas pessoas. Suspirei.

— Como vai, Tim? — Sorri.

E agora, me vinha a mente o fato de que Hanna poderia ter percebido tudo, era difícil saber como reagir a qualquer situação que passasse a ocorrer. Despistei os pensamentos, tentando me focar no garoto a minha frente. Olhei para trás. Estava perto de Sam e SanClair, também. Não o deixaria sozinho em momento algum, a não ser, que fosse preciso.

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S. S. Melissandre

 O sol em minha pele começava a não ser mais tão agradável, sentei-me na espreguiçadeira olhando ao redor a procura de qualquer coisa, não muito longe dali avistei um quiosque onde algumas pessoas se reuniam e tomavam sucos, a ideia de beber algo gelado agora me era bem interessante, levantei me dirigindo ao local, era notável que o convés estava muito mais cheio agora, parecia tumultuado em alguns pontos, no caminho vi uma bela morena que se aproximava, era Dianna, ainda me lembrava de sua festa e de como nunca mais 23 foi a mesma coisa depois daquele dia, esbocei um sorriso caminhando em direção a garota e parando a sua frente, ela parecia dispersa, parecia surpresa quando me viu parado a sua frente - Ainda um pouco perdido com essa coisa de navio, mas logo me acostumo - Tiro os óculos fitando a expressão da garota que parecia distraída e perdida na multidão - Você está bem? Parece que está viajando - Sorrio rindo do trocadilho idiota, será que aquilo era efeito da maresia entrando no meu cérebro? Levanto o olhar pro quiosque e ofereço um braço para a garota - Estou indo tomar um suco, me acompanha? - Pergunto inclinando a cabeça para o lado.

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S.S. Melissandre

It's time to begin, isn't it

This road never looked so lonely. This house doesn't burn down slowly...

Senti meu braço transpassar o dele, em um gesto gentil. Com toda certeza, Timothy era diferente de muitos dos meninos que conhecia, era sensato e cuidadoso até certo ponto. Ele percebeu meu estado e fez uma pergunta retórica, me fazendo soltar um riso baixo, porém um tanto nervoso. Estávamos andando para perto de onde Hanna estava, a mesa de sucos ficava um pouco atrás de sua espreguiçadeira, e eu estava me sentindo perdida. "O que deu em você? Parece uma criança prestes a dar o primeiro beijo. Essa não é você, Dianna." E como se eu já não estivesse nervosa o suficiente, começo a ouvir minha própria mente.

— Acho que esse navio, tanta gente em um lugar só... Está me dando nos nervos. — Tentei a primeira coisa que parecia sensata a se dizer, e acho que deu certo.

Estávamos quase a um passo de distância. Minha expressão pareceu se transformar de repente. Eu estava mais séria, os lábios curvados em uma linha dura, como se eu prendesse qualquer palavra que pudesse submeter a ela. Assim que passamos por sua frente, lhe dei um sorriso fechado, desviando o olhar o mais rápido que pude. Aproveitei para olhar como Sam estava indo. Não podia ficar tão longe, conhecia bem o temperamento de SanClair, e por mais que ela pudesse estar gostando dele, nada lhe impediria de agredi-lo. Me voltei para Timothy.

— Não te vejo desde a minha festa. Se bem que, muitas pessoas ainda falam sobre ela. Aconteceram coisas inesquecíveis.— Soltei o sorriso, ao me virar de costas para o lugar onde Hanna estava.

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