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Mensagem por Joe Cole Qui 27 Mar 2014 - 23:23


Joe Cole



HISTÓRIA

Não era um jogo qualquer, nem de longe poderia ser. A liga estudantil nacional abria suas portas, mas antes disso era necessário a classificação. O maior problema do McKinley era que o time de futebol americano passado não foi bem em competição alguma, arrumara algumas vitórias isoladas, mas não chegou sequer a disputar um campeonato grande, chance que passavam a ter agora, lógico, se a treinadora livrasse a cabeça das dúvidas e o colocasse no jogo. No banco sentando, com o capacete no colo e o queixo erguido estava Joe Cole, o talento para jogar de Running Back ou Wide Receiver podia ser visto de longe, na verdade o garoto era uma máquina invejável em qualquer esporte, mas não tinha muito cabeça-fria. Foi ele quem marcou o primeiro e único touchdown do time, antes de ser substituído pela confusão que arrumou com o Defensive End, depois de marcar o ponto e comemorar provocando time e torcida rivais.

A placa levantou, exibindo em tom verde o número 21, Joe dava alguns pulinhos na beira do gramado esperando o companheiro sair, já era mais que na hora, o touchdown do time adversário incediou a partida e a saída de bola para o McKinley nos últimos 45 segundos de jogo era a tensão completa, querendo ou não ele tinha que entrar. Cole tinha 1,85 de altura, pesava 80 kg, com uma constituição física quase digna de uma estátua grega, talvez isso justificasse o talento para os esportes. Ele entrou no jogo e depois do primeiro Down em que seu quaterback conseguiu avançar 23 jardas alcançando poucas jardas de distância do centro do campo, chegou a hora da estrela brilhar. Na saída a defesa deles se embolou, Cole passou, marcado, mas em disparada, o quaterback viu e antes que pudesse tomar o tranco arremeçou com toda a força. A bola viajou, impressionantes 33 jardas e antes que pudesse voar mais, o salto do garoto de incríveis 2 metros encontrou os braços de Cole. O marcador insistiu, não iria alcansá-lo, fazia com facilidade 90 metros em 12 segundos em campo aberto. Decidiram tentar pará-lo puxando sua camisa, e não adiantou, o marcador não conseguiu acompanhar o ritmo e caiu no gramado enquanto ele cruzava a linha e marcava os pontos da vitória. A comemoração não teve outra, parou em frente a arquibancada rival, jogou o capacete no chão e abriu os braços como se perguntasse "E agora?"; "Tão calados por que?".

A confusão ficou pronta, lógico que os outros jogadores não gostaram, rapidamente uma rodinha se fez com adolescentes frustrados e quando o primeiro soco acertou alguém a guerra estava declarada. Quando a meia dúzia de policiais locais tomou o gramado para tentar conter a situação para Cole o resultado havia sido satisfatório. Saía apenas com um arranhão na perna, apesar de ter apagado um. - Você é louco Cole? - perguntava a maioria dos seus companheiros de time que apesar de tudo não o deixaram para trás no meio da confusão.

O tribunal jugou a atitude do jovem, não desclassificou a escola, mas decidiu que: - "Joseph Joe Cole, você só estará liberado para participar das atividades esportivas do WILLIAM MCKINLEY HIGH SCHOOL, mediante o acompanhamento de um psicólogo. Também te condeno a seis meses de trabalho comunitário na associação de catadores de lixo de Ohio." - e bateu o martelo um golpe duro para qualquer um, que culpa tinha se gostava de provocar, ainda mais sabendo que era bom no que fazia? Fora é claro o fato de ser cabeça quente e ter um corpo digno de uma geladeira?!

Fatos que explicam o agora em que ele estava sentado na cadeira de uma psicóloga paga pelo plano de saúde. Apresentações eram desnecessárias, já havia tido consultas com a mulher que parecia a agente Scully de Arquivo X. O diálogo foi rápido...

- De novo aqui Joe, o que andou aprontando?
- Devo ter passado um pouquinho dos limites, mas não fui eu quem começou a briga.
- Nunca é você...Bem, vamos tentar descobrir as causas para essa sua atitude.
- Não precisa doutora, não dá para agradar todo mundo, eles vão ter que me engolir.
- Sim enquanto isso me conte a sua história, talez haja um trauma patológico durante sua vida que o leve a ser tão i...
- Irresponsável?
- Impaciente. Agora fale.

Joe se espreguiçou, encarou a luminária surrealista no teto, não tinha como enrolar agora o jeito era falar... - Nasci numa casa do suburbio da cidade, minha mãe foi encarou a maternidade jovem e abandonou os estudos para trabalhar de garçonete no Big Nice, meu pai era um caminhoneiro que deve ter esquecido o caminho de casa, não o vejo desde os 8 anos. - fez uma pausa como se tentasse se lembrar do velho, mas era difícil, só se lembrava do boné dos Vikings, da camiseta xadrez suja e do maldito cheiro de suvaco.

- Continue Cole... - murmurou ela em meio à suas anotações

- Estudo no McKinley desde de sempre e pra ajudar em casa eu costumava entregar jornais ou a descarregar um caminhão de bebidas num bar perto de casa. Sempre fui bom em futebol, basquete, hockey, era meio orgulhoso sempre ser o primeiro a ser escolhido quando nos juntávamos. Saía algumas brigas as vezes, mas sabe como são garotos, pouco tempo depois estávamos jogando ovos na casa do velho Gil e rindo. - respirou - Quando fiz uns 10 anos minha mãe conheceu um cara, começaram a namorar, mas ele bebia demais e todos sabemos o que acontece, um dia ele bateu na minha mãe, no outro também e no terceiro em me enfiei no meio. Saí com um belo galo na testa, mas com a alcunha de herói, o nosso vizinho veio até nossa casa com uma Glock na mão e o cara nunca mais apareceu. - não sabia muito o que dizer, não tinha visto nada demais em sua vida. - Aos 12 anos eu já era o maior garoto da sala e já tinha umas meninas mandando carta pra mim, mas com 12 anos a gente não liga muito pra essas coisas. Ahh, lembro que fugi de casa por 3 dias esse ano, porque apareceu um homem que falou ser olheiro de um time do Brasil querendo me levar pra lá, mas minha mãe não deixou. Você vira meio que o centro das atenções quando volta para casa numa viatura. - deu algumas boas risadas se lembrando da cena.

- Foi aí que nos conhecemos e a senhora disse que eu devia praticar um hobby pra relaxar, entrei no clube de luta romana na escola, passei a fazer boxe, mas teve aquele incidente no campeonato juvenil e a senhora me aconselhou a parar de fazer. De lá pra cá a única coisa que mudou foi que eu cresci, engordei, fiquei com barba e arrumei essa cicatriz na cintura quando fui pular a casa dos McDinkley para pegar umas maçãs e a louca da avó deles me deu uma facada. - rapidamente se viu de volta à situação, nada confortável e digno de ser lembrado, com sorte o crescimento dos músculos fez a cicatriz diminuir um pouco.

- Me diga Joe, quando você se sente relaxado, em paz consigo mesmo? - ela indagou oarando de escrever e encarando-o. As orbes castanhas dele brilharam, tinha a resposta na ponta da lingua. - Quando eu estou jogando, qualquer coisa, parece como se o mundo sumisse e só fosse eu, meu time, o time adversário e os gritos dos torcedores. As comemorações, bem são naturais.

A mulher levou o lápis à boca, apesar de ser bom no esporte não era a solução que ela esperava encontrar. - Você sabe que pode perder uma bolsa na faculdade por essas atitudes né?! - alertou-o - Mas então, não há outra coisa?

- Música, quando eu ouço ou canto eu relaxo... - não teve tempo para dizer mais nada
- Música? - uma ideia surgiu - Você canta Joe? Toca algum instrumento?
- Aprendi a tocar violão e bateria na igreja e às vezes canto nos cultos ou sozinho em casa...
- Bom, sua escola tem um grupo de coral, certo?
- Certo, mas não vou pra lá, só tem maluco e perdedor. Um tempo atrás eles fizeram o time de futebol dançar thriller no meio do jogo feito um bando de malucos.
- Então temos um impasse Joe, quero ver o que pode acontecer com seu temperamento dentro desse clube. - ela deu dois tapinhas em seu ombro, quase tão venenosos quanto o beijo de Judas em Jesus. - Vai ser bom para você, não é uma atividade de tensão feito o esporte e menos competitiva, vai poder relaxar. Você vai entrar lá e eu te libero para voltar ao time, certo?

Como queria subir praguejando aos sete ventos, mas era a única solução aparente. Questionou se numa vida passada havia sido um romano muito filho da mãe e cuspido na cara de Jesus para sofrer só agora, maldito carma. Agora lá estava ele, confrontando-se com a sua audição para o clube, a cara de poucos amigos não ajudava. Coçou o queixo e passou o indicador sob a sobrancelha em um de seus tiques, tinha que fazer esse sacrifício, amava esportes acima de tudo.
DADOS

NOME: Joseph Joe Cole

DE ONDE É?: Ohio – Estados Unidos

IDADE: 17 anos

GRUPO?: New Directions

SEXUALIDADE?: Hétero

AUDIÇÃO

Respirou fundo, encarou todos ali sentados olhando-o. Balançou a cabeça negativamente e notou que o treinador do grupo dava seu aval para que ele começasse. Deu um passo à frente e bufou em descontentamento, não tinha jeito mesmo, restava encarar a situação como os minutos finais de um jogo de final, dar seu melhor e torcer para ser aceito, só assim poderia continuar se divertido no time de basquete, futebol americano, natação e ostentar o casaco diferenciado com as cores da escola pelos corredores. - Olá à todos, me chamo Joe Cole e vou cantar Honor Thy Father do Dream Theater. - preferiu não se arriscar na guitarra, a música apresentava uma dificuldade elevada principalmente sendo um grupo de rock pesado com músicas longas e riffs hipnóticos.

Deixou que a bateria e a guitarra fizessem a introdução relatando o ritmo pesado, mas não sufocante da música. Sua voz não era digna da Broadway, muito mal conhecia Cats e Miserables, não era algo de seu ciclo social e cultural, mas a voz tinha um estilo bem apropriado se aproximando do tom e timbre da do vocalista do Dream Theater e bem semelhante com a de Jorn Lande respeito cantos norueguês.

We're taugh unconditional love
That blood is thicker than water
That a parent's world would revolve
Always around their son or their daughter

Iniciou com a voz limpa, talvez tentando fazer o tom possívelmente rouco não transparecer ou foi assim apenas por sorte. A escolha da musica em si não era pela relação ruim com o pai e o padrasto, mas o acaso nunca dorme então era possível reviver más lembranças.

You pretended I was your own
And even believed that loved me
But were always threatened by some
Invisible blood line that only you could see

Mantinha o ritmo calmo com a guitarra suave e a bateria com ritmo leve no fundo, até no final tudo volta a se intensificar e toma um ritmo pesado, mas nada de Black Metal. Dream Theater era mais progressivo, não havia fritação. Forçou a voz e com habilidade a fez sair mais anasalada que antes, aos poucos o ritmo ia tomando seu corpo e agora batia o pé no ritmo da música.

You took advantage of an outreached hand
And twisted it to meet your every need
"Gimme time to re-charge my batteries,
I'll see her when she's older and I'll bounce her on my knee"

Um pouco mais de entonação, um pouco mais de revolta, deixava de encarar o chão para a frente imaginária de nada nem ninguém só para não se distrair. Não respirou, manteve o fôlego.

Well listen to me you ungrateful fool
Here comes a dose of reality
You'll to go your grave a sad and lonely man
The door is now closed on my pathetic little plan

Finalmente o refrão chegava e ele já estava tomado pela canção, bateu no peito três vezes com certa brutalidade até, abriu os braços, parecia querer uma explicação. Por que? Por que? Por que?

On and on and on and on it goes
It's so easy to run away with nothing in tow

As batidas com o pé se tornavam pulos curtos e rápidos, não desafinou em momento algum, o vocal não era difícil por extremos agudos seguidos do tom rouco, diferente do que as pessoas costumam pensar de Heavy Metal, Dream Theater não tinha dessas coisas que apesar de contagiante não são para todos os gostos. Respirou fundo, levou os olhos ao treinador buscando alguma reação. Tinha que passar naquela porcaria de qualquer jeito, não tinha ído ali para receber um não.

How can you ever sleep a wink at night
Pretending that everything as alright
And have the nerve to blame this mess on me

Soltou o ar comprimido no peito, começou a trafegar pela sala.

Never in my life have I seen someone
So ignorant to the damage he has done
You're the rotted root in the family tree

O som da guitarra tomou conta, ele em sua andança achou que a calda do piano era um bom local para se sentar, e foi o que fez com um salto. As pernas não tocavam o chão, a calça folgada desceu um pouco mais aumentando o acúmulo de pano sob os tênis surrados e antigos. Agora abandonava a imagem do moleque revoltado que se questionava no contexto musical, para assumir a de alguém que se senta e desabafa com um amigo, um confidente.

I tried your 4 bill therapy
I tried to make amends
But nothing could lure you out of your selfish shell again

Iria exigir mais da voz, não vinha um agudo, mas uma nota longa, dentro dos seus limites. Estar ali era desconfortável, completamente sua zona de desconforto, no entanto um desafio a ser encarado.

Expecting everyone to bow and kiss your feet
Don't you see respect is not a one way street
Blaming everyone for all that you've done wrong
I'll get my peace of mind when you hear this song

Emendou direto o refrão, acelarando o ritmo da música.

On and on and on and on it goes
And with every passing day true colors show

Nota longa no final de cada verso, a lembrança surgiu feito uma erupção, do nada e sem avisar. A imagem do velho sentado numa das cadeiras com a cerveja na mão assistindo televisão, sem dizer uma palavra se não os palavrões corriqueiros enquanto o cheiro do tabaco eclipsava o do álcool. Quanto sentimentalismo, tudo mistura, ódio e receio pelo pai.

How can you ever sleep a wink at night
Pretending that everything is alright
And have the balls to blame this mess on me

Saiu do piano com um salto, dobrou os joelhos totalmente até emergir num impasse de fúria e dúvida. Combustão do coração, o sangue fervendo, no relatório da psicóloga o termo bem claro: "Ausência de Figura Paterna que pode ter levado à desorientação emocional buscando resposta nos atos violentos"; crianças sem um figura do pai ou da mãe costumam encontrar esse caminho, ainda mais no caso dele cujo os avós renegaram a mãe por ter engravidado tão cedo, cedo demais.

Never in my life have I seen someone
Oblivious to the damage he has done
You're the rotted root in the family tree

Deixou-se consumir, desafinou num momento gráças à confusão em seu peito. Os olhos ficaram mareados, mas droga, era um homem Cole, não vai chorar por tais desavenças, só não cometer o mesmo erro se um dia tiver um filho.

Watch where you walk
Don't you dare cross the crooked step
Watch the way you talk
Don't cross the crooked step

No último verso tudo parecia mudar, a batida acelerada da canção dava um tom mais pesado, coincidindo com sua revolta mental e emocional. Notava-se a raiva em suas palavras. Acompanhou o ritmo com o chacoalhar da cabeça até voltar ao refrão novamente, lógico que cedendo ao enorme solo de guitarra característico de Dream Theater, não uma fritação de ritmo rápido e pesado, mas algo que tenta chegar até você sem se desvencilhar tanto da melodia em si. Cole ficou parado, estático, cabeça baixa, corpo rígido. Um cadáver em pé?! Ou só um homem lidando com seus próprios demônios uma vez mais, ficou assim os minutos do solo, até erguer o rosto trincando os dentes.

On and on and on and on it goes
Chauvinistic, heartless, selfish, cold

Cerrou fortemente os dedos do punho, como o passado que não teve mas idealizava e não queriar abrir mão de jeito nenhum.

How can you ever sleep a wink at night
Pretending that everything is alright
And have the balls to blame this shit on me

A música preparava-se para seu fim, e com isso ele foi se acalmando, talvez agora entendesse porque era tão cabeça quente, se motivava muito fácil o que poderia fazê-lo se esforçar mais ainda, ou fazer coisas impensadas, imagina só marcar um touchdown e correr frente à arquibancada adversária pedindo silêncio?! No fim deixou tudo ir.

Never in my life I seen someone
So fucking blind the damage he has done
You're the rotted root in the family tree

E então aguardou uma resposta.



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Mensagem por Timothy D. Keynes Sáb 29 Mar 2014 - 21:32





Aceito!

Sua ficha foi aprovada! A partir de agora, você é um membro oficial do RPG. Pronto para postar e conhecer novas pessoas e lugares? Divirta-se ao máximo!

ANÁLISE DA FICHA:
Genial! Amei de paixão a forma como estruturou sua história, foi como se flash backs em tons de sépia passassem pela minha cabeça contrastando com as imagens coloridas e bem definidas do diálogo entre você e a psicóloga, sem contar a forma bem detalhada e rica em informações como descreveu o jogo.
Mas a sua audição foi o que mais encantou, poucos conseguem passar tanta emoção com as palavras dessa forma, você é capaz de fazer escorrer suor másculo dos olhos de muita gente, e ainda assim não se perde na forma de  descrever sua voz ou seus movimento. E faz isso tudo com uma riqueza de detalhes impressionante.
Enfim, bem vindo ao New Directions! 
Timothy D. Keynes
Timothy D. Keynes
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