VON ALDEN, Alice

Diferente de outras pessoas de sua classe social, Alice, não se orgulha pela quantidade de bens que possui ou da conta bancária de sua família. Pelo contrário, despreza com vigor quem coloca dinheiro acima de qualquer coisa. A garota adotou uma filosofia, após alguns acontecimentos, que realmente a diferenciaria da maioria: “Se dinheiro não pode salvar uma vida, pra que venerá-lo?”.

Alice, de fato, não faz o tipo de pessoa popular, sociável, fútil, que mudaria sua vida por status. A maioria tem uma imagem errada da garota, acham que ela não passa de uma garota mimada metida a “Queen”. Isso se deve ao comportamento da garota. Alice se obriga a ser uma pessoa séria a maioria do tempo, reservada, perfeccionista, que pouco transparece seus sentimentos ou desejos, evitando – quase – sempre muitas pessoas por perto. Mas quem a conhece nota que com facilidade a verdade sobre a garota: ela se importa, ela ama, ela é sensível e ela não passa de uma garota com medo da perder novamente alguém. E que com certeza seria capaz de qualquer coisa por alguém.




 
Dentro das paredes douradas do teatro Bolshoi, pessoas se moviam em direção aos seus lugares, vozes preenchiam cada canto, o teatro estava cheio. As cortinas vinho pesadas limitavam a visão e separavam basicamente dois mundos distintos: De um lado da cortina, sentado entre na segunda fila de cadeira, bem ao centro estava Frederick Von Alden, um jovem de cabelos escuros, em seus vinte e poucos anos, aguardando para o inicio do espetáculo com alguns colegas. Frederick era filho de um famoso cientista britânico, Mark Von Alden e uma jovem pintora russa, Nikita Semyonov. Nascido e criado em Londres, Frederick estava em Moscou há algumas semanas, havia sido convidado para uma conferencia de pesquisadores. Do outro lado, uma jovem loira de olhos azuis intensos, seu nervosismo era visível, mas Sasha Poultër estava parecendo um anjo toda de branco. Andava de um lado ao outro do palco tentando se aliviar. As vozes que ecoavam por todo teatro só a deixavam mais inquieta. A jovem, filha de um casal humilde, havia acabado de ser nomeada a mais nova estrela do Bellet Bolshoi. Um pequeno apito foi ouvido e tudo se silenciou: o espetáculo estava prestes a começar. O que se passou no decorrer do espetáculo? Ninguém sabe ao certo, mas os olhos de Frederick estavam vidrados nela, talvez pra ele, ela não havia nem sequer notado a presença dele. Mas como uma boa bailarina, manteve sua conduta e os olhos nele. Seis meses, três dias e 7 horas depois, Frederick e Sasha estavam se casando.
 
Alice Poultër Von Alden nasceu dois anos após o casamento. A menina possuía cabelos escuros feito o pai, e olhos azuis como os da mãe. Desde o primeiro contato, Sasha e Frederick haviam se apaixonado completamente pela filha, ou como a chamavam Alie. A infância da pequena foi perfeita, sempre cercada do pai e da mãe, Alice desde muito nova mostrava interesse não só pela dança, mas também pela pintura. No seu aniversário de quatro anos, um dos seus sonhos fora realizado: a pequena estava dentro da Bolshoi Ballet Academy. Não demorou muito para a garota se tornar um dos destaques da academia. Porem, seu estrelato na BBA durou pouco, quatro anos depois, Frederick aceitou um trabalho importante em Londres, voltando com sua mulher e filha para lá.

A mudança para Londres foi um pouco drástica para a garotinha, não pelo fato da língua, além do russo, Alice dominava com excelência o inglês. A visão da garota mudou, e seu mundo mudou. Logo que chegaram a Londres, Sasha tratou de colocar a filha em outra academia de dança famosa em Londres, porem se esqueceu de que o Pineapple Studio não era só ballet. Alice ficou encantada com a infinidade de outras danças, e como estas pareciam bem mais “vindas da alma”. Alguns meses após sua chegada ao Studio, Alice passou a frequentar aulas de street dance, jazz e outros escondido. Para os pais, a garota estava se ocupando em aulas de piano, pintura e aulas extras de matemática.

Aos 11 anos, sua paixão pelo ballet havia sumido perto das outras danças. Um belo dia, após sair do Studio, Alice havia sido convidada para uma disputa de street dance em um beco afastado da cidade, a garota não pensou duas vezes antes de aceitar o convite.  Porem a garota não contava com algo: seus pais estavam a sua procura. Quando Frederick e Sasha encontraram a filha não só em um beco, mas com pessoas “de laia”, dançando algo completamente fora do que era acostumada, não pensaram duas vezes e a proibiram de qualquer outra dança que não fosse ballet. Alice, depois disso, se recusou a dançar.

A garota passou dois anos sem dançar, mas passou estes mesmos dois anos pintando. Porem suas pinturas não eram paisagens, e sim imagens de dançarinos de todo tipo que ficaram gravadas na mente da garota, becos onde grupos dançavam. Todos os dias, Alice passava trancada em seu quarto pintando quadros, que logo seriam queimados por seus pais. Frederick e Sasha estavam preocupados com a filha depois daquele tempo todo, e resolveram permitir que ela que dançasse o que ela bem quisesse.

Menos de um ano depois, uma noticia basicamente destruiu toda a vida de Alice, Sasha havia sido diagnosticada com câncer de mama, e este já estava em um estado avançado. “Em nove meses, alguém nasce, mas também alguém pode morrer”. Após a morte de Sasha, Frederick triplicou sua carga horária no centro de pesquisas de Londres. E Alice meio que perdera toda sua doçura, quando se viu completamente sozinha. A única coisa que a mantinha era a dança. Dois anos após o ocorrido, o pai da garota havia recebido uma proposta fantástica no Centro de Pesquisas de Miami, não pensando duas vezes. Frederick, simplesmente se mudou para Miami, matriculando a filha em um dos melhores colégios de Miami - Newtt McKinley High School – não pelo fato de que lá ela teria um ensino de qualidade, e sim porque lá sua filha seria livre pra dançar. “Sim, a vida muda em cinco meses.”