2°Apresentação - Vocal Adrenaline

Era o grande dia. Regionais. O dia mais tenso que cada membro do Vocal Adrenaline poderia imaginar perante todo o ano. Durante todos os ensaios do clube, Dianna recebia pressões de Jesse St. James. Os dois eram grandes amigos, mais Jesse sabia que a qualquer momento a morena poderia desabar, então por meio de pressões, sabia que a manteria com o pensamento longe de que ela não seria capaz de salvar o time. A morena tinha sido nomeada solista principal do coral, sendo usada por uma tática antiga para rumar toda a equipe a vitória. Dianna era monitora da Carmel High School e sabia de todos os processos que a escola alternava entre funcionários e alunos. Era uma boa estudante. Havia momentos em que era carismática, mais em outros, era considerada a menina mais fria de todo o colégio. Coisa, que só passou a ser mais evidente assim que Léon Hoffmeister McCain, seu melhor amigo, teria deixado o clube para auxiliar sua irmã Mary, no Glee Club New Directions.

Por fazer parte do Vocal Adrenaline de tantas formas, solista, coreógrafa e aluna como os outros, também passava por dentro de todas as questões que o clube exercia. Uma delas, era a verba que o diretor administrava. O Vocal Adrenaline não estava trazendo lucros oportunos para as investidas que eram lançadas ao clube de coral, e o diretor da tão rígida Carmel, não estava gostando nada disso. Jesse estava mais calado, nas aulas. Não reclamava tanto, por mais que os erros cometidos pelos colegas de coral, e até pela própria morena fossem de delitos graves. E foi aí, que a notícia a atingiu com toda a força. O Vocal Adrenaline simplesmente precisava da vitória. E o grupo, dependia agora de Dianna, para isso.

Como se tudo não fosse o bastante, os pais de Dianna avisam a filha que estavam se separando. Por mais que não fossem muito presentes no cotidiano da filha, a mãe e o pai de Dianna sempre ligavam ou tentavam encontrar-se com a filha sempre que podiam. Várias brigas em famílias aconteciam pelas costas da morena, que mais do que nunca, estava exausta com tudo. O pai de Dianna era o culpado por toda a separação. Estava encontrando-se as escondidas com várias mulheres, envolvendo-se de formas inoportunas com todas elas. Muita coisa rondava pela mente da morena, mais apenas os erros cometidos por seu pai tumultuavam maior parte dela, agora. E com isso, o dia das apresentações havia chegado.

Vestida de forma doce e elegante ao mesmo tempo, Dianna estava posicionada atrás das grandes cortinas vermelhas do palco. O coração acelerado parecia que a qualquer segundo, daria um último solavanco, e pararia pra sempre. Fechou os olhos, ao ouvir a introdução da música começar, assim como as engrenagens a cima do palco alertavam que as cortinas estavam sendo abertas. Era a hora de se controlar, e mostrar o que o Vocal Adrenaline tinha a oferecer neste dia.

A melodia calma de Because of you teve seu início, ao mesmo tempo que as cortinas eram levantadas. Ergueu o queixo, logo adotando um ar mais sério. As emoções da morena estavam irradiando por todo a milímetragem do corpo esguio, mais Dianna lutava contra todas para não demonstrar o quanto o caso de seu pai a estava afetando.



I will not make
The same mistakes that you did
I will not let myself
Cause my heart so much misery

A voz de Dianna parecia diferente. Parecia.. . Misteriosa, e cheia de sentimentos. Sentimentos que aqueles que apreciavam, tentavam definir. O olhar não estava mirado a frente, e sim a suas próprias mãos, tentando controlar todos os instintos. Era demais para a morena saber o que o pai fazia, e cantar uma música que se identificava tanto com o momento.


I will not break
The way you did, you fell so hard
I've learned the hard way
To never let it get that far


Dianna ergue o olhar, revelando os olhos vermelhos cheios de lágrimas. As mãos trêmulas e a respiração entrecortada. Era notável como a morena tentava controlar os sentimentos. O coração parecia aumentar de tamanho, deixando o peito apertado.


Because of you
I never stray too far from the sidewalk
Because of you
I learned to play on the safe side so I don't get hurt
Because of you
I find it hard to trust not only me, but everyone around me
Because of you I am afraid


Agora todos podiam distinguir o que tanto Dianna tentava esconder. A morena tinha a voz quebrada, assim como a expressão que se dilacerava a cada palavra cantada. Dianna parecia a tempo de ter um colapso em meio a apresentação, mas, surpreendentemente, retirou forças do desconhecido, prendendo o choro.


I lose my way
And it's not too long before you point it out
I cannot cry
Because I know that's weakness in your eyes

I'm forced to fake
A smile, a laugh, every day of my life
My heart can't possibly break
When it wasn't even whole to start with


A morena deu alguns passos para o lado esquerdo do palco, o olhar encontrando-se com Jesse. Poderia dizer-se que o desespero era notável, mais pelo próprio comentário mental de Dianna, era apenas uma música difícil, por envolvê-la sob as circunstâncias reais de tudo que acontecia na vida dela.


Because of you
I never stray too far from the sidewalk
Because of you
I learned to play on the safe side so I don't get hurt
Because of you
I find it hard to trust not only me, but everyone around me
Because of you I am afraid


Dianna virou-se para a direita, voltando para o centro do palco. Pensou em ficar ali mesmo, mais seguiu para o lado direito. Colocou a mão sobre o peito, sentindo cada palavra que saia de si própria, sentindo como se cada uma, fosse uma faca afiada, dilacerando-a ainda mais.


I watched you die
I heard you cry every night in your sleep
I was so young
You should have known better than to lean on me
You never thought of anyone else
You just saw your pain
And now I cry in the middle of the night
For the same damn thing


A morena olhava para algumas pessoas da multidão agora, tentando em vão, controlar as lágrimas que agora escorriam livremente por seu rosto quebrado. Era de mais, a letra retratava verdadeiramente tudo o que acontecia. O choro no meio da noite, a confiança traída, o egoísmo.


Because of you
I never stray too far from the sidewalk
Because of you
I learned to play on the safe side so I don't get hurt
Because of you
I try my hardest just to forget everything
Because of you
I don't know how to let anyone else in
Because of you
I'm ashamed of my life because it's empty
Because of you I am afraid


A música havia tido uma deixa na melodia, e a cada segundo que se passava, a expressão de Dianna parecia se desintegrar ainda mais. Mais uma vez, o refrão vinha assombrar os pensamentos da morena. O ápice da música estava chegando, e usando de forças descomunais para o momento, Dianna aumento o tom no “you”, da última parte da música.


Because of you


E por duas vezes, Dianna repete a última frase, finalizando a música. A vista da morena estava turva devido as lágrimas que vinham escorrendo agora, sem controle algum. As cortinas foram sendo abaixadas, escondendo uma garota que possuía agora, um grande machucado no coração. Pelas coxias do palco, Dianna retirou-se para a mudança de roupa para a próxima música, enquanto também, controlava suas emoções da forma que podia.

Dianna respirava fundo. Depois de uma apresentação como Because of you, a morena precisava recompor as forças para apresentar mais uma canção, que de fato era uma das mais trabalhosas que existe. Saiu pelas laterais do palco em direção as portas de fundo que estavam localizadas bem atrás da multidão que esperava por mais uma apresentação. Ao chegar lá, encontrou com seus colegas de coral, os que também estariam presentes nessa. A música era End of time, da Beyoncé. Essa levantaria o astral de todos para descontrair um pouco o momento de antes, e para deixar Dianna mais preparada para a próxima. A batida da música teve seu início. Meninos desciam as escadas aos lados das poltronas em que os espectadores admiravam as apresentações, assim como as meninas. Meninos pelo lado direito, meninas pelo esquerdo. Todos olhavam atentos. Ambos os sexos tinham as mãos na cintura, e desciam rapidamente até chegar ao palco.
A melodia da música foi se acelerando, até ter uma batida mais forte, revelando uma Dianna atrás de todos. A morena cantava com o olhar perdido entre a multidão. A morena tinha uma das mãos na cintura, e vinha descendo as escadas de modo elegante, conforme o ritmo da música. Parecia que Dianna desfilava entre todos. Subiu ao palco graciosamente, e parou ao centro. Os meninos que haviam subido pelo lado direito do palco, passavam em fileira para o esquerdo, acontecendo o contrário com as meninas, que iam para o direito. Dianna permanecia no meio.

Come, take my hand
I won't let you go
I'll be your friend
I will love you so deeply
I will be the one
To kiss you at night
I will love you
Until the end of time


Dianna remexia apenas a cintura, de início. Ao decorrer dos primeiros versos, começou a mover todas as partes do corpo, lançando as mãos pra frente, enquanto dava uma pisada forte com um dos pés, jogando a cabeça para o lado esquerdo, depois para o direito, ao mesmo tempo em que fazia os outros movimentos. Também andava mais pra frente, enquanto fazia a coreografia.

I'll be your baby
I promise not to let you go
Love you like crazy
I say you'll never let me go

Meninos e meninas atrás de Dianna tinham os corpos inclinados, balançando a cintura para os lados de forma que acompanhasse o ritmo da música. Dianna se aproximou de Aaron, seu parceiro de coreografia, e o puxou pela camisa até o meio do palco, fazendo com que cada menina repetisse seu gesto ao fundo. Os dois começaram a quebrar a cintura, Dianna de costas para Aaron, que automaticamente tinha as mãos na cintura da morena.

Say you'll never let me go
S-Say you'll never let me go
Say you'll never let me go
S-Say you'll never let me go


Dianna vira de frente para o garoto, indicando um dedo no peitoral dele, o rosto inclinado um pouco para o lado, dando um certo charme, enquanto o andar lento, no ritmo da melodia, deixava a morena com um ar sexy. Aaron dava passos pra trás, fitando Dianna. O garoto a puxa pela cintura, mais é empurrado para trás, movimento esse, repetido por todos os casais formados no palco. Logo as meninas estão a frente com Dianna, Todas em uma fila perfeita na frente do palco, levavam seus braços ao alto, levando-o até a parte posterior de seus corpos, duas vezes. Os meninos formavam um arco atrás, mexendo apenas a cintura ao ritmo da música.

Take you away from here
There's nothing between us
But space and time
I'll be your own little star
I'll be shining your world
In your own little universe
Make me your girl

As meninas viram e cada uma vai de encontro a seus pares, menos Dianna, que chama Aaron com o dedo indicador. O garoto vem até ela, e mais uma vez os dois se envolvem numa coreografia ritmada a música. Dianna agita os braços, lançando as mãos para os lados, jogando a cabeça para cada lateral do corpo, ao contrário dos movimentos feitos pelos braços. Os outros integrantes do coral repetiam os gestos próximos a Dianna e Aaron que ainda dançavam da mesma forma. Dianna empurra Aaron mais uma vez, e as meninas repetem o gesto de forma que cada menino virasse em um segundo diferente, ficando de costas para o público. As meninas balançam a cintura de um lado para o outro, de forma lenta, passando as mãos pelo tronco de seus pares, que estavam parados em frente a si sem mexer nenhuma parte do corpo.

Come take my hand (Baby)
I won't let you go (Let you go)
I'll be your friend
I will love you so deeply
I will be the one
To kiss you at night (Kiss you at night)
I will love you
Until the end of time

As meninas dão a volta em torno de seus parceiros, prendendo o olhar neles. Elas os afastam e começam a dançar mais a frente. Repetem a primeira coreografia exercida, onde as mãos são jogadas para lados opostos de suas cinturas, que vão de um lado para o outro, todos sempre em sincronia.

I'll be your baby
I promise not to let you go
Love you like crazy
I say you'll never let me go

Mais uma vez cada uma se dirige até seu par. Os meninos se reclinam e começam a jogar cada uma das mãos para cima, enquanto remexem a cintura. Dianna puxa Aaron para frente, e mais uma vez dá as costas para ele. A morena coloca uma as duas mãos no joelho esquerdo, enquanto empinava suavemente bumbum para o rapaz, sem fazer nada muito vulgar. Os outros continuavam com a mesma coreografia, enquanto Aaron girava em torno de Dianna, e dançava para a morena. O menino passava as mãos pelo corpo, agora sendo imitado por todos os outros garotos. As mãos desciam e subiam pelos corpos sincronizadamente, enquanto as meninas continuavam dançando no lugar que estavam.

Say you'll never let me go
S-Say you'll never let me go
Say you'll never let me go
S-Say you'll never let me go

As meninas começam a andar em direção aos meninos. Não andavam, na verdade. Iam dançando até ter uma proximidade com seus pares. Logo mais, desfilavam em frente a eles, que tinham suas mãos passeando pelas costas e cintura das meninas. Dianna estava mais a frente com Aaron.

Baby, come on
Get up on this
Show me that you really want it
I wanna be the one to love you
Baby, let's go!
(Let's go)

Aaron começou a tremer cada célula de seu corpo, e a morena rebolava numa velocidade extremamente incrível, deixando uma multidão surpresa. Eles subiam e desciam, com a mesma coreografia. Por mais que rebolasse, Dianna não perdia o ritmo da música, nem permitia que os movimentos intercedessem em sua voz. A multidão gritava, a essa altura.

I wanna provide
This loving that you're giving
I ain't frontin' on this love
Can you let me love you from head to toe
Baby, let's go!


As luzes se apagaram, e todos da multidão tiveram um pequeno susto. Mais isso era apenas parte do espetáculo. Todos os membros do Vocal Adrenaline tinham lanternas na mão, menos Dianna. Todos corriam em volta dela, as lanternas eram refletidas em Dianna, em cada parte de seu corpo. A morena requebrava ainda de forma rápida, mais parou em frações de segundos.

Boy, come to me
(Come to me)
Let me turn your rain into sun
(Come to me, baby)

You don't have to worry
I promise I?ll set your heart free
Let my love run to your soul
You go
I go
We go
That's all
She wrote

Agora Dianna tinha as mãos por seu tronco, subindo e descendo. As lanternas ainda apontando cada parte de seu corpo. Dianna agora começa a jogar as mãos para os lados, ao mesmo tempo em que jogava a cabeça para o lado oposto que seus braços iam. As luzes tremeluziram e todas as lanternas sumiram, assim que a luz voltou.

Can't you see me?
I just wanna love you
Can't you feel me, baby?

I just wanna be with you
I just wanna live for you
I'll never let you go
Bring your love to me


Todas as meninas estavam a frente. Os meninos quebravam a cintura, e inclinavama parte superior do corpo pra frente, movendo-se ritmadamente com as meninas, dessa vez. As meninas rebolavam sensualmente, mais logo começaram a jogar o braço direito para o lado direito, e lançar a cintura para o esquerdo, balançando-a. A música estava chegando ao fim, assim como os movimentos que foram cessando lentamente.

Come take my hand (Baby)
I won't let you go (Let you go)
I'll be your friend
I will love you so deeply
I will be the one
To kiss you at night (Kiss you at night)
I will love you
Until the end of time

I'll be your baby
I promise not to let you go
Love you like crazy
I say you'll never let me go

Say you'll never let me go
S-Say you'll never let me go
Say you'll never let me go
S-Say you'll never let me go

Dianna estava agora um pouco mais a frente de todas as meninas, e tinha o corpo virado de lado, e quebrava a cintura, rebolando de forma que as quebradinhas fizessem seu corpo subir e descer com facilidade. Os meninos repetiam a coreografia atrás das meninas, mais uma vez em forma de arco, mais se aproximavam cada vez mais. Dianna tinha o olhar na multidão, e assim que pronunciou o último verso, sentiu as mãos de Aaron em sua cintura e olhos, ao mesmo tempo que as luzes se apagaram. Todos se retiraram do palco. Era a hora da apresentação mais temida por Dianna. O solo em que todos os ensaios acontecidos, trouxe a tona pensamentos importunos para a morena.

Tudo estava um silêncio perturbador. As músicas expressavam tudo o que o grupo ao todo, incluindo Jesse St. James sentia no momento. Era a hora de se encontrar. De mostrar a tão moderada Carmel High School, a qual progredia cada vez mais com pressões sobre o coral, que agora estava sob ameaças de ser totalmente exterminado, caso não ganhasse esta competição. Vestida simplesmente com o que achava que combinava com a verdadeira Dianna, a morena parecia confiante e nervosa, ao mesmo tempo.

O coração de Dianna estava lento. Batendo pesadamente, parecendo que em algumas batidas a mais, ele pararia por completo. A morena sentia que isso poderia vir acontecer no momento dos resultados.

Com o coração pesado, assim como a face inexpressiva, a morena se postou em seu lugar atrás das grandes cortinas, já no palco. Era a hora de dar início a última música da competição. Mordeu o próprio lábio inferior, os dedos entrelaçados uns nos outros. As íris negras de Dianna estavam fixadas ao chão. A guitarra deu início a melodia da música, automaticamente deixando o coração da garota antes pesaroso, agora acelerado e contido.


They tell you a good girl is quiet
That you should never ask why
Cause it only makes it harder to fit in
You should be happy, excited
Even if you're just invited
Cause the winners need someone to clap for them

Ao início, Dianna permaneceu olhando o chão. Inclinou a cabeça um pouco para o lado, os dedos ainda entrelaçados uns nos outros, enquanto a cortina já estava quase em seu ponto máximo, na subida. Aos poucos, foi subindo o olhar, encarando uma multidão em completo silêncio, com suas expressões nas mais variadas possíveis. Um sorriso fraco apareceu nos lábios finos da morena, ao expressar a letra da música. Os olhos corriam por todos ali, enquanto cantava cada parte da letra dedicadamente.


It's so hard just waiting
In a line that never moves
It's time you started making
Your own rules


A morena andou a passos calmos pelo lado direito do palco. Parou em um devido lugar, como se realmente estivesse em uma fila. E que fila enorme. Olhou para o público, “ditando sua regra” mentalmente, como na letra.


You gotta scream until there's nothing left
With your last breath
Say here I am
Here I am
Make em listen
Cause there is no way you'll be ignored
Not anymore
So here I am
Here I am
Here I am
Here I am

Colocou uma mão fechada em punho em frente ao coração. Fechou os olhos ao colocar a outra mão no mesmo lugar, mais logo os abriu. Começou a andar de volta até o meio, sempre olhando o público, como se o que a música descrevia, ficava como um conselho para todos ali. Os olhos passavam milimetricamente por algumas pessoas em particular. No meio da multidão, pode reconhecer alguns rostos conhecidos. Jesse St. James estava sentado nas poltronas do meio, ao lado direito. Sorriu para ele fracamente, e em devida parte da música, apontou para si mesma, mostrando-o a verdadeira Dianna ali. Uma menina que demonstrava fragilidade, mais por trás disso, era forte.


You only get one life to work it
So who cares if it's not perfect
I say it's close enough to perfect for me
Why should you hide from the thunder
And the lightning that you're under
Cause there ain't nobody else you want to be


Enquanto olhava Jesse, foi percebendo vários de seus familiares ali presentes. Assim, como o diretor da Carmel High School. Isso pareceu pegar a morena de surpresa, mais não interceptou em nenhum momento enquanto Dianna cantava. O coração da garota voltou a bater em um ritmo lento. Seus familiares nunca haviam se quer vindo assistir uma apresentação do Vocal Adrenaline. Susan, mãe de Dianna nunca tinha tempo, assim como Steven, pai da morena. Eram pessoas influentes em NYC, por isso, não participavam muito da vida da filha, que morava sozinha. Lembranças começaram a invadir a mente de Dianna, enquanto ela cantava.


If how you're living isn't working
There's one thing that will help
You gotta finally just stop searching
To find yourself

Era a hora da entrega total para a música. Dianna lembrava das pressões exercidas por seus pais. Notas boas, integridade moral e física, amizades apenas com pessoas de classe alta. Nada disso importava para a morena. A música se encaixava perfeitamente as lembranças. Os olhos negros brilhavam com tamanha intensidade na direção de seus pais.


You gotta scream until there's nothing left
With your last breath
Say here I am

A multidão já estava de pé, batendo palmas no ritmo calmo da melodia. Parecia um verdadeiro sonho, como todos estavam em uníssono com Dianna. Nem a morena acreditava que isso era verdade. Todos se balançando de um lado pro outro, enquanto sua voz era entonada por toda a emoção que seu corpo e mente poderiam esvair nesse momento. Emoção vinda da comoção por ver seus pais no meio da multidão, interangindo com sorrisos enormes em seus lábios. Coisa que Dianna não via a muito tempo. Do outro lado de Jesse, estava o diretor da Carmel High School. Sentado na poltrona do local, a expressão indescritível.


Make em listen
Cause there is no way you'll be ignored
Not anymore
So here I am
Here I am
Here I am

Dianna passou a fitá-lo. Esta parte, era cantada especialmente para ele. Não podia mais ser ignorada. “Ser ignorada” queria dizer todo o Vocal Adrenaline. O grupo passava por o drama mais pesado que um dia já se passou por algum outro coral. Falta de membros, falta de apoio. Faltas.


The world better make some room
Yea move over, over
Cause you're coming through
Cause you're coming through

Ainda olhava o velho homem que não demonstrava uma ponta de emoção, se quer. Mais por seu olhar, Dianna via que ele prendia algo. Que pelo olhar que recebia do seu superior, algo estava sendo definido a partir daquele momento. Era muito para a morena. A emoção a atingiu de forma dominante. Lágrimas escorriam pelo rosto sadio e corado de Dianna, enquanto desviava o olhar do homem, procurando por um rosto no meio da multidão. Ao encontrá-lo, deu um sorriso lacrimoso. Mary estava radiante, esta noite. O mundo parecia ter silenciado ao redor de Dianna, assim que a morena havia encontrado o olhar com o da garota ruiva. O sorriso acalentador da menina havia lhe passado uma paz interior. Mesmo com tantas emoções a invadindo momentaneamente. Caminhou até o lado que ela estava, contrário do anterior e cantou uma parte da música para ela. Sem desviar o olhar, contornou o palco até o meio, onde se encontravam todos os seus colegas de coral.


You gotta scream until there's nothing left
With your last breath
Here I am
Here I am
Make em listen
Cause there is no way you'll be ignored
Not anymore
So here I am
Here I am
Here I am
Here I am
Here I am

Dianna foi surpreendida ao ver os amigos de coral. Todos estavam abraçados, formando uma fileira em frente ao palco, onde a morena cantava. Puxaram uma ovação de palmas para Dianna, que já via tudo embaçado. Uma das mãos apontava para si, e depois para seus amigos. O olhar mais uma vez encontrando-se com o diretor da escola. Aumentou o tom da voz em uma devida parte da música, enquanto forçava um pouco a mente para conter a emoção demasiada no momento. Foi tornando a voz suave, até chegar ao fim da melodia, pronunciando pausadamente o “Here i am” final, com a expressão totalmente confiante, transmitida para o diretor. Ali estava ela. Ali estava o Vocal Adrenaline junto em um só ser. Onde o famoso ditado, “Um por todos, todos por um.” Se cumpria veemente. Ali estava o Vocal Adrenaline, sem a metáfora de "robôs".

Dianna esperou as cortinas descerem para retirar-se do palco. Enquanto saia, ainda podia ouvir a ovação de aplausos que lhe era direcionada. Ao sair pelas coxias do palco, se deparou com um Jesse emocionado (?)


▬ E então, como eu fui ? ▬ Soltou o ar que nem havia percebido que tinha prendido. ▬ Nossa, como eu to emocionada. ▬ Riu, ainda com lágrimas escorrendo, mostrando as mãos trêmulas ao treinador.

E conversando, os dois retiraram-se dali, para ver as outras apresentações.